Uma atitude criticada em Paraíso é o grande número de pessoas, crianças, jovens e adultos, que em vez de irem pela calçada, utilizam o leito da via pública. O JORNAL DO SUDOESTE apurou que vários são os motivos apresentados por esses pedestres para justificar tal ato. Passeios estreitos, empecilhos, lombadas, buracos, tudo faz a rua ser mais convidativa do que a calçada.
Horário comum de se ver pessoas dividindo o espaço com os carros é no início e final do dia, quando os adeptos da caminhada iniciam seus percursos pela cidade. Os passeios são muito irregulares, uns mais altos que os outros. Há alguns em que a casa fica numa posição mais elevada que a calçada, então eles fazem rampas para os carros. Também tem muita construção e muita terra. Mas, na hora da caminhada, geralmente o movimento é pequeno, por isso não me preocupo com a segurança," explica o comerciante Darci Arantes da Silva.
Quem divide mesma opinião é a auxiliar de produção Nilma Dionízia dos Santos, que não pratica o esporte, mas que muitas vezes também abandona o passeio. "Ultimamente as calçadas estão muito deformadas, cheias de buracos e também há os sorveteiros, que ficam no meio da calçada, há também os ciclistas, então o pessoal acaba desviando mesmo e andando na rua.
É mais perigoso, com certeza, só que ninguém tá pensando muito nisso, e também há a pressa, muitas vezes a gente precisa ir trabalhar, vê que a calçada está ocupada, com um movimento enorme de pessoas e aí não encontra outra saída," justifica.
Para Luís Antônio Corsi, estudante, um grande problema são as árvores cujas raízes se rompem, dificultando a passagem. "Às vezes a gente quase tropeça, ainda mais à noite quando está escuro. A gente anda e não vê direito. E com a escuridão, sente medo também de andar pela calçada porque realmente fica muito escuro e não dá para definir o que está a um palmo. Eu posso passar pela calçada e ter uma pessoa ali, e é perigoso ela me fazer alguma coisa, me assaltar. À noite eu prefiro andar na rua. Durante o dia, eu ando mais na calçada. Só que às vezes não dá, como no caso da avenida Angelo Calafiori, por exemplo, no horário de entrada e saída de alunos, não tem como não optar pelas calçadas. Não cabe tanta gente. Às vezes, a gente fica até com medo, eu até quase fui atropelado lá. A Prefeitura não precisa gastar dinheiro fazendo coisas enormes e concretas para resolver esse problema. Seria ótimo se tomasse só a iniciativa de informar as pessoas. Disciplinar os donos das calçadas, para que não haja árvores e outros empecilhos no caminho dos pedestres," aconselha.
Rafael Vasconsellos dos Santos, estudante de curso pós-médio, pensa que pode até ser perigoso andar pelas ruas, mas que certamente, o risco é maior quando se opta pelo passeio em determinados lugares ou horários. "De dia eu ando mais na calçada, agora durante a noite, eu ando pela rua. Sinto medo de andar no passeio. Porque pode haver alguém. Quando ando na rua, é porque tem obra atrapalhando. Muitas construções, árvores, passeio muito estreito. Só que durante o dia, em avenida, mesmo se tiver muita gente, eu fico na calçada. Eu não abro mão da minha segurança, porque é um direito meu. Caso contrário, eu saio ou espero a pessoa passar, é só em último caso, dou uma passada rapidinha pela rua," concluiu. E.O.