A senadora goiana Íris de Araújo (PMDB) propôs e tramita no Senado projeto de lei que estabelece incentivos econômicos às empresas que contratarem trabalhadores considerados mais velhos. Argumenta que pessoas acima de 45 anos têm uma certa dificuldade no mercado de trabalho. Entre os incentivos propostos está a redução de 2% na alíquota da contribuição para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS.
O pedreiro Donizete Domingos Mendonça, fala que esse incentivo já devia existir há mais tempo porque as pessoas consideradas idosas têm que trabalhar. "Se jovens e adultos podem trabalhar, por que velhos não podem? Eles também não comem?", indaga.
Contudo, Mendonça observa que não só as pessoas com idade avançada, como também as crianças menores de 14 anos devem trabalhar. "Não sou a favor dessa proibição, porque assim, elas ficam na rua aprendendo o que não presta e usando drogas".
Já o empresário Douglas Rocha da Silva Assunção diz que o idoso aposentado não deve trabalhar. "Já trabalhou a vida toda, devem descansar. Agora, se não construíram suas vidas até essa idade, não é a partir daí que vão fazer isso", diz.
Conforme argumenta a senadora, ao se concederem incentivos à contratação de mão-de-obra mais madura, não serão criados obstáculos à demissão dos jovens nas empresas. Isso porque a sua proposta garante que só será garantido incentivo à contratação de pessoas com mais de 45 anos se a medida representar acréscimo no quadro de empregados e na folha de pagamentos da empresa.
A professora Jussara Pimenta comenta que sua tia, já com 47 anos, fez ficha de solicitação de emprego em duas fábricas da cidade e não foi chamada em nenhuma. "Ela viu que em uma delas, tinha sido a única que não havia sido contratada e foi perguntar o porquê". A justificativa foi que a produtividade dela seria menor. "Não deram nenhuma oportunidade dela mostrar o seu serviço, o que ela poderia fazer. Atualmente, o novo não tem experiência e os maduros estão ultrapassados".
Levando em consideração dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, a senadora expôs que a idéia de que o rendimento diminui com o passar dos anos, é falsa e que os trabalhadores com mais idade têm taxas de produtividade similares às de pessoas mais jovens em tarefas que exigem atenção contínua, sendo que estes são donos de índices menores de falta no trabalho.
Cláudio Vasconcelos, bancário, concorda com Araújo mas ressalta que as pessoas precisam reciclar seus conhecimentos. "É bom que atualizem e trabalhando não se sentem inúteis, pois juntaram, durante a vida toda, uma carga de conhecimentos que não pode ser desperdiçado", finaliza. Nádia Bícego