Com o calor e as pancadas de chuvas isoladas registradas recentemente, a Vigilância em Saúde começa a ficar alerta para o aumento de focos do mosquito da dengue, bem como a incidência da doença no município. Último levantamento, realizado em agosto, evidenciou uma queda brusca nos índices, de quase 10% para 2,1%, porém o número ainda está acima do que é preconizado pela Secretaria de Estado de Saúde, que é de 1%. Este número é importante porque em caso de surto da doença, o controle pode ser feito de forma mais eficaz, evitando assim propagação da dengue.
Conforme explica a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez, com este clima, às condições para a proliferação do agente transmissor da doença, o Aedes Aegypti, são ideais para que, entre uma chuva e outra, dê tempo do ovo do mosquito eclodir e infestar as residências. "Hoje nosso índice está pouco acima de 2% e no próximo dia 15 iremos fazer novo levantamento dos índices e a previsão é que irá aumentar por decorrência das chuvas e dos depósitos que tem acumulado água", destaca.
Apesar da previsão, a coordenadora desta que os agentes de epidemiologia têm trabalhado incansavelmente para o controle do vetor da doença no município. "Aumentamos nossas visitas em 20%. Até agosto do ano passado, o número de casas visitas chegava a 43%. De agosto a agosto deste ano, já são 60% dos imóveis de Paraíso visitado e a meta é chegar a 80%", destaca. O número de visita tem relação com a mudança de horários dos agentes, que agora tem chegado às residências em horário de almoço, quando há alguém em casa para recebê-los.
"Quanto mais nós passarmos às residências, mais a população vai estar atenta a manter os quintais limpos. Outra ação importante que temos trabalhado em grupo é a parte de educação e saúde, para que a partir do próximo ano possamos investir mais nesta área. Antigamente, as ações eram muito frequentes e queremos voltar esta situação, pois percebemos que tem resultado, já que esta conscientização as crianças levam para casa e ajuda a reduzir muito os números da dengue. Então, já fizemos pareceria com as USFs e as escolas dos municípios a fim de poder potencializar este trabalho de combate à Dengue", destaca.
Conforme Cortez, os números apontam que o maior índice de foco do mosquito ainda é nos quintais das residências. A coordenadora atribui isto à redução dos casos confirmados da doença, o que tem feito à população ficar menos atenta ao acúmulo de água em tampas de garrafas, brinquedos entre outros materiais que são criadouros do mosquito em potencial. Segundo últimos dados, em Paraíso já foram confirmados sete casos da doença, dos quais cinco foram em um mesmo local. "Um mesmo agente transmissor infectou cinco residência, uma vizinha a outra, e isto é algo para se estar alerta", comenta a coordenadora.
TERRENOS
Também, para frear a proliferação do agente transmissor da dengue, a coordenadora destaca que uma parceria com a Vigilância Sanitária tem mantido maior fiscalização dos terrenos baldios. "Os proprietário estão sendo notificados para manter esses terrenos limpos. Em caso de descumprimento, é feito uma multa, que vai para dívida ativa e, enquanto o proprietário não limpar o terreno e pagar a multa, ele fica restrito a uma série de serviços oferecidos pela prefeitura", destaca Cortez.
A Vigilância também tem mantido uma atenção maior nas residências onde os moradores têm acumulado materiais recicláveis. "São casos bem específicos que nós temos acompanhado de perto e com visitas regulares. Com a situação financeira e o desemprego, tem se tornado comum pessoas catarem material reciclável para vender e às vezes junta um tanto de material para comprar apenas uma caixinha de leite e isto acaba saindo muito caro para a saúde dele", avalia.
Cortez destaca ainda que o fato de não ter muito registro da doença, tem feito a população perder o medo, mas é preciso que a cidade mantenha-se alerta. "Nós trabalhamos com situação de risco o tempo todo porque a transmissão da doença é muito rápida e acredito que com essas chuvas de agora, que chegou mais cedo para nós, haja aumento o número de focos e se houver uma pessoa infectada, é perigoso que a doença se espalhe muito rápida", alerta.
DENÚNCIAS
A coordenadora da Vigilância em Saúde destaca que a população pode ajudar na fiscalização de terrenos informando ou à Vigilância, na Rua Placidino Brigagão, 1230, ou também por meio de protocolo na Prefeitura. Em caso de dúvida, também pode ser feito contato pelos telefones 3539-1040 ou 3539-5003. "Chega para nós muita situação de vizinho que presenciou o outro jogando lixo em um terreno baldio próximo e isto também contribui para o aumento da dengue, mas não podemos simplesmente sair multando sem ter provas e a devida apuração, mas é preciso que a população esteja atenta a estes casos", destaca.
DIA DO AGENTE DE EPIDEMIOLOGIA
A coordenadora também aproveita para parabenizar a todos os agentes de combate a endemia e agentes comunitários de saúde (ACS) pela data atribuída a eles e celebrada no dia 4 de Outubro. "São profissionais importantes para o nosso município e que se dedicam integralmente para manter o bem-estar da população. São agentes que trabalham muito, todos os dias.
Os agentes de endemia, por exemplo, faça sol ou faça chuva, estão lá, limpando terrenos, participando de muti-rões para destruir focos do mosquito e controlar essas doenças no município. Não conseguimos imaginar o que seria da nossa cidade sem esses profissionais e merecem os nossos parabéns por nos ajudar tanto a conseguir ótimos resultado para a nossa cidade", completa.