Esta é a virose que mais atinge os cães. O causador desta doença é um vírus de nome Parvovírus canino. Ele é altamente contagioso e causa inflamação e destruição das células da mucosa interna do intestino.
Durante o período em que o paciente apresenta os sintomas, e por cerca de 1 - 2 semanas depois, o cãozinho afetado elimina uma quantidade maciça do vírus. Como o vírus pode sobreviver e permanecer infeccioso por muitos meses no ambiente, a contaminação ambiental tem um papel fundamental na transmissão da doença.
Os sintomas geralmente ocorrem entre 3 e 10 dias após o animal ser exposto ao vírus. Ele pode afetar cães de qualquer idade, raça ou sexo, desde que estes animais não estejam vacinados corretamente (usando esquemas vacinais confiáveis em filhotes, elaborados por médicos-veterinários e com doses de reforços anualmente para adultos já vacinados quando filhotes). Na maioria das vezes, a ocorrência dos casos se dá quando o cão apresenta cerca de 2 a 8 meses de idade, não está vacinado corretamente e tem acesso à rua.
Existem raças que são mais susceptíveis ao parvovírus, como os Rottweilers, os Dobermanns, os Pitt Bulls e os Labradores. Porém a base biológica da fraqueza nestas raças ainda é desconhecida cientificamente. Portanto, para essas raças o recomendável é ter mais cuidado ainda! O parvovírus canino uma vez instalado no organismo, causa anorexia (perda do apetite), apatia, febre, vômito, diarréia líquida e hemorrágica, com desidratação rápida e progressiva. Podem se desenvolver também quadros de hipotermia (diminuição da temperatura corpórea normal), icterícia (amarelamento da pele e mucosas) e infecção bacteriana secundária. O parvovírus tem extrema atração pelo músculo cardíaco, causando miocardite e levando ao quadro de insuficiência cardíaca com dificuldade respiratória, fibrose do miocárdio e por fim o óbito rápido, em alguns casos.
Alguns fatores contribuem para aumentar a severidade da doença, como o estresse, condições desfavoráveis em canis super lotados e mal higienizados, infecções bacterianas secundárias, ação conjunta de outros vírus (ex: cinomose, coronavirose, etc) e endoparasitismo (verminose).
O tratamento é de suporte à vida do paciente, ou seja, não existe uma medicação anti-viral específica para o parvovírus canino. O fundamental é o controle do equilíbrio hídrico-eletrolítico, amenização dos sintomas e o combate aos agentes aproveitadores (infecções secundárias, como bactérias, por exemplo). Com isso tenta-se “dar forças” para que o organismo do animal possa produzir anticorpos (células de defesa) contra o parvovirus. O período de tratamento intensivo (internação) geralmente dura de 3 a 10 dias, dependendo de casa caso, especificamente.
O esquema vacinal adequado, feito por um médico-veterinário, é o único meio realista e efetivo para prevenção e controle desta doença.
O parvovírus é universal e por causa disso é muito estável fora do animal, ou seja, em ambientes. Quando há (ou houve) um animal doente em casa é preciso higienizar o local todos os dias (por vários dias) usando água misturada com água sanitária/cloro (passar no ambiente e deixar agir até secar sozinho).
*ROGÉRIO CALÇADO MARTINS – médico-veterinário – CRMV/MG 5492
*Especialista em Clínica e Cirurgia Geral de Pequenos Animais (Pós-graduação “lato sensu”)
*Membro da ANCLIVEPA (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais)
*Consultor Técnico do Site www.saude animal.com.br
*Proprietário da Clínica Veterinária VETERICÃO (São Sebastião do Paraíso/MG)