CMDI

Presidente do CMDI convida população para combate a violência contra idosos

Por: João Oliveira | Categoria: Cidades | 11-06-2019 09:03 | 6339
Foto: Reprodução

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, Waldemar Galvão, destaca a importância do órgão para o município e fala sobre as principais conquistas do Conselho ao longo desses pouco mais de dois anos em Paraíso. Na próxima semana comemora-se o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa e, conforme destaca, não é apenas física, mas também psicológica, financeira, entre outras.

O Conselho tem por finalidade fazer cumprir as políticas públicas em relação aos direitos dos idosos, além de agir como um órgão fiscalizador. “Isto é recente no país. Mas somente em 1994 é que se criaram leis mais direcionadas a pessoa idosa, porém, somente em 2003 é que foi criado o Estatuto  do Idoso. A partir de então em 2014 os municípios colocaram em prática uma lei própria fundando o Conselho Municipal do Idoso, que só começou a funcionar de fato em 2017”, diz Galvão.

Waldemar fez parte da diretoria desde o início, que teve como primeira presidente Paula Maritns Pimenta, que segundo conta, trabalhou na montagem e deu suporte para a construção de um regimento interno da entidade e o colocando em prática, com objetivo de proteger nossos idosos. “O CMDI é um órgão paritário que atua no município e está vinculado a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social”, ressalta.

Conforme Waldemar, o envelhecimento da população é uma conquista recente, graças aos avanços da medicina que proporcionaram essa qualidade de vida e longevidade. “Diante disto convido toda a população a combater a violência contra o idoso. Essa violência não é apenas física, mas há outras formas de violência e está presente em várias camadas sociais e em diferentes aspectos. Há a violência financeira: quando ele tem sua aposentadoria usada por outras pessoas, quando tem seu patrimônio vendido, quando tem sua conta bancária movimenta, quando é feito dívidas em seu nome, tudo isto é uma espécie de violência e pode ser denunciado”, ressalta.

Mas não é somente isto, e entre esse outros tipos de violência, o presidente do CMDI destaca também a psicológica,, quando acontecem humilhações e quando este idoso é amedrontado. “É constante na vida do idoso e deve ser denunciado. Negligência com a saúde do idoso também é uma violência, essas pessoas precisam de cuidados, mesmo que não queiram, não podem deixar de ser assistidos. A falta de alguém que olhe para este idoso, como o poder público e família, é uma forma de negligência e, por sua vez, uma violência contra pessoas idosas”, aponta.

Waldemar ressalta que existe também o abuso sexual, mas é algo que fica no anonimato e quase ninguém divulga por falta de coragem. Há também a “violência medicamentosa”, já que segundo ele muitas famílias dopam seus idosos para que fiquem isolados e não precisem de tanta atenção, além da falta de se fornecer o medicamento para que possam urinar e limpar o seu organismo.

Outra situação que o presidente do Conselho destaca é a violência que existe no trânsito. Conforme explica, o idoso costuma atravessar a rua na diagonal e não está em plena consciência de quem tem que andar pela calçada ou atravessar a rua apenas na faixa de pedestre. “Essa violência é permanente. O motorista não respeita o idoso ou o deficiente físico que às vezes estão fora da faixa, mas é porque não conseguem se manterem nela. Isso precisa ser punido, denunciado. Precisamos ter consciência, porque é algo que não afeta apenas a pessoa idosa, mas a todos”.

DENÚNCIA
Conforme Waldemar Gal-vão, as denúncias podem ser feitas no disque 100 ou também à Polícia Militar e ao próprio Conselho Municipal dos Direitos do Idoso. Ele reforça que o CM DI vem para ajudar na promoção desses direitos e, para, além disto, cumprimento das políticas públicas à pessoa idosa.

Arrecadações têm sido direcionadas para causas em prol da comunidade

Presidente do conselho anunciou fábrica de fraldas geriátricas em Paraíso

Além de fazer cumprir leis que beneficial e garantem o bem estar da pessoa idosa, o CMDI tem um fundo cujos recursos obtidos por meio de repasses têm sido usados para ajudar diversas entidades beneficentes em Paraíso. “É um dinheiro que é destinado às entidades. Conseguimos um bom fundo com ajuda do imposto de renda (IR) que o cidadão paraisense paga: são 3% da pessoa física e 6% da pessoa jurídica para duas entidades já cadastradas na Receita Federal”, conta.

Conforme Waldermar foi feita uma reunião com contadores no município a fim de solicitar que  conscientizassem seus clientes sobre a doação, para que este IR não fosse em sua integralidade para a União e destinar parte para as entidades do município. “Reunimos os contadores, o agente da Receita Federal que deu instruções para eles sobre como proceder. E assim aconteceu, parte deste imposto foi destinado para o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso e para o Conselho Municipal da Criança e Adolescente. Foi uma verba significativa”, conta.

R$ MAIS DE 170 MIL
Para o CMDI foram mais de R$ 170 mil a serem destinados as entidades cuidadoras de idosos, principalmente àquelas de longa permanência, que é o caso do Asilo, da Chácara Pedacinho do Céu, Renascer e ACCa. “Nós temos que certificar essas entidades, para mostrar que elas estão aptas a receber verbas públicas. Já certificamos a ACCa, Vida Ativa, Renascer e estaremos certificando agora, muito em breve, o Asilo São Vicente de Paulo”.

FÁBRICA DE FRALDAS
Conforme explica Walde-mar, esses recursos, para serem destinados é preciso projetos respeitando alguns critérios. “O primeiro é de qual é a necessidade da verba; onde será aplicada. Diante disto, o Conselho se reúne e delibera, passa para o secretário de Desenvolvimento,  que faz o cheque e que, por sua vez, faz esse repasse. Deste modo, fizemos a destinação de compra de máquinas para uma fábrica de fraldas geriátricas, que se tornará uma realidade muito em breve”, anuncia.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos dos Idosos ressalta que esses recursos não são para o CMDI, mas as causas apoiadas por eles, bem como promoção e busca por melhoras na qualidade de vida dos nossos munícipes. “Vale a pena continuar destinando esses recursos do IR a essas instituições. Ainda vamos destinar muito mais a essas entidades que fazem um trabalho de ponta com os idosos. A destinação desse Imposto também alivia a população, porque com isso deixamos de pedir a todos, de vender bingo, sacrificando assim a toda comunidade”, completa.