A equipe de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde de São Sebastião do Paraíso, em parceria com a Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços (Acissp) iniciou nesta terça-feira,10, campanha em apoio ao Setembro Amarelo. Nesta data e também ao longo do mês serão realizadas atividades relacionadas a prevenção ao suicídio. A iniciativa busca mobilizar o comércio e a população, promovendo a valorização da vida.
Ontem, profissionais e pacientes abordaram pessoas nas ruas e no comércio, distribuindo flores amarelas que simbolizam a valorização da vida e deram orientações sobre o Setembro Amarelo. Também fizeram panfletagem de boas práticas de saúde mental e uma sessão de alongamentos ao ar livre.
A equipe de Saúde Mental, com a participação dos usuários dos três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), está realizando ações preventivas no centro da cidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios, registrando, em média, 11 mil casos por ano. Esses dados representam 31 mortes por dia, sendo o número de homens quase quatro vezes maior que o de mulheres, e a segunda causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos. Esta realidade destaca a importância em se buscar estratégias que possam minimizar essas situações e falhas para prevenir e reduzir esse agravo, com uma abordagem de saúde pública, além de reforçar estratégias de prevenção que já sejam desenvolvidas.
O Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) desenvolveram em 2015 a campanha brasileira Setembro Amarelo, celebrada todo dia 10 de setembro. Na campanha de 2019, para estimular os debates, a SES-MG irá repercutir o tema "Combater o estigma é salvar vidas" em suas redes sociais.
A diretoria de Vigilância de Condições Crônicas da SES-MG informa que da mesma forma que ocorre mundialmente e no Brasil, em Minas Gerais observa-se um aumento dos números de registros de suicídio e das notificações das tentativas de suicídio. Segundo levantamento, em ambos os sexos, as notificações de lesões autoprovocadas estão concentradas na população de 15 a 59 anos e, em Minas Gerais, o número é maior entre as mulheres. Em 2018, foram registradas 9.633 tentativas de mulheres e 4.333 tentativas de homens. Já em 2019, até o momento, 2.558 tentativas de mulheres e 1.086 de homens foram registradas no estado.
Já com relação à mortalidade por suicídio, diferentemente das notificações de lesões autoprovocadas, o sexo masculino apresenta o maior quantitativo de óbitos por esse agravo em Minas Gerais. Em 2018, foram 1.127 óbitos masculinos no estado e 307 óbitos femininos; em 2019, até o momento, foram 591 óbitos masculinos e 141 óbitos femininos.
Desde 2009, a notificação de violências foi inserida no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o que colaborou com a expansão do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) e garantiu a sustentabilidade da notificação de violências.
O processo de implantação ocorreu de modo gradual e por adesão de estados e municípios, de acordo com a estruturação da área de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (VDANT). Através da Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017, as notificações da tentativa de suicídio devem ser realizadas em até 24 horas, visando a tomada rápida de decisão, como o encaminhamento e vinculação do paciente aos serviços de atenção psicossocial, de modo a impedir que um caso de tentativa de suicídio se concretize.
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais faz a análise e qualificação dos dados da ficha de notificação de Violências Interpessoais e Autoprovocadas e disseminação das informações das tentativas de suicídio no território mineiro.
A implantação de Centro de Atenção Psicossocial (Caps) nos municípios é considerada uma ação estratégica. Conforme dados do Ministério da Saúde, nos locais onde existem os centros, o risco de suicídio reduz em até 14%.
No entanto, a Atenção Primária à Saúde, como a ordenadora do cuidado na rede, dispõe de equipe multiprofissional que pode acolher a demanda dos usuários e realizar o acompanhamento longitudinal, inclusive os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) atuam de maneira integrada e compartilhada com os diversos pontos da rede.