198 ANOS PARAÍSO

O legendário Chico Penha

Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 07-11-2019 16:26 | 1661
Foto: Reprodução

O maestro Francisco José Penha, o legendário trompetista Chico Penha, paraisense nasceu a 2 de dezembro 1917 em uma família de músicos. Seu pai, Senhor Paco Penha integrou bandas de música, seu irmão Fernando foi saxofonista. Chico que também tocava teclados atuou em grandes orquestras no eixo, São Paulo – Rio de Janeiro, como primeiro ou segundo piston. Respeitadíssimo no meio musical, tocando ou escrevendo arranjos, há inúmeras referências sobre ele em literaturas especializadas, dando conta de sua versatilidade. Aos 76 anos de idade faleceu em 1993, em Cuiabá.

Contou-me o amigo Geraldo Borges Campos, maestro Lalado, que foi membro fundador da Academia Paraisense de Cultura, algumas histórias hilariantes sobre Chico Penha, que também fazia suas estrepolias.

Certa feita Chico integrava um “jaz band”, como eram chamados grupos musicais na década de 50,  contratado para tocar em uma fazenda entre São Sebastião do Paraíso e São Tomás de Aquino, festejando, como costumeiramente era anualmente feito, o término da safra de cana.

A dança corria solta, e os pares não deixavam o salão apesar do adiantado da hora, além “do combinado”. Conforme me disse o maestro Lalado, Chico tomou providência inusitada. Não se fez de rogado. Durante intervalo do “jaz band”, sacou arma de fogo, e mandou um tiro para o alto. Foi o bastante para pôr fim ao baile. Em pouco tempo músicos estavam de volta, alguns para casa, outros para outros destinos.

Tive o privilégio de acompanhar algumas vezes Chico Penha quando de suas vindas a Paraíso para visitar familiares. Assim foi no Restaurante do Sol (Posto do Sol) e, depois, no Chega Mais, casa que havia em frente à Escola de Comércio, hoje Colégio Objetivo. No final da noite ele propôs uma serenata. Era véspera do casamento de seu sobrinho, e o som aveludado de seu trompete foi ouvido em algumas residências.

Para sua irmã, Rita Penha Aloise, Chico tocou uma das melodias preferidas por ela, a valsa “Raios de Sol”. Grande talento que marcou época no meio artístico não apenas de São Sebastião do Paraíso, mas Brasil afora.
por Nelson Duarte Jornal A Semente da APC