198 ANOS PARAÍSO

Em janeiro de 1987 Paraíso sediou protesto nacional de cafeicultores

Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 25-10-2019 16:32 | 493
Foto: Reprodução

Num momento em que cafeicultores queixam-se que o preço de comercialização da saca do produto está abaixo do custo que têm para produzi-la, lembro-me não ser de hoje as agruras enfrentadas por este setor, diga-se de passagem uma das molas propulsoras no contexto econômico do município paraisense, de Minas e do País.

Em janeiro de 1987 São Sebastião do Paraíso sediou no Ouro Verde Tênis Clube expressivo protesto de cafeicultores, uma iniciativa do então prefeito, o engenheiro João Mambrini Filho, de cooperativas, do Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Imprensa. Teve repercussão nacional. Reuniu cerca de três mil participantes, líderes da cafeicultura, sendo 370 autoridades do setor, representantes de 130 cooperativas/sindicatos.

A tônica principal em todos os pronunciamentos foi crítica à falta de uma política de governo para a cafeicultura com seus desdobramentos, história que se repete nos dias de hoje, trinta e dois anos depois daquele memorável encontro.  Representando os cafeicultores paraisenses falou o engenheiro agrônomo Dr. João Pio Westin, que era membro da Confederação Nacional da Agricultura, pesquisador estudioso, profundo conhecedor da cafeicultura, que exerceu brilhante trabalho no Instituto Brasileiro do Café (IBC).

Dentre os pronunciamentos destacou-se por sua eloquência o do atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à época, presidente nacional da União Democrática Ruralista. Ele citou o presidente norte-americano, Franklin Rooselvet, afirmando que “se as cidades fossem destruídas, os campos as reconstruiriam, mas se os campos fosse destruídos as cidades morreriam”.
por Nelson Duarte - Jornal A Semente da APC