198 ANOS PARAÍSO

Curuta nasceu para ser delegado

Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 25-10-2019 16:33 | 534
Foto: Reprodução

Figuras marcantes na história paraisense foram alguns delegados municipais, que gozando da confiança de líderes políticos eram indicados para a função, que exerciam com altivez, pelo simples prazer de servir. Não eram remunerados. Cuidavam da ordem e dos bons costumes, investigavam, prendiam e, segundo consta “aplicavam corretivos verbais”, quando a circunstância assim o exigia.

Tinham seus afazeres profissionais, como Tavico que era alfaiate, Saturnino Rocha funcionário do Banco do Brasil, José Pedroso do Couto (Pedrosinho), e o sempre lembrado Orlando Furlan, o Curuta, que foi proprietário de um posto de combustíveis no início da então avenida Rui Barbosa, hoje, avenida Monsenhor Mancini, que a gente costumava dizer, ser na “saída do Baú”, numa alusão ao Morro do Baú.

Curuta parecia ter mesmo nascido para ser delegado. Grandalhão,  voz aguda, era de pouca prosa, embora tivesse o coração maior que ele.

Na década de 70 do século passado, o cantor e compositor carioca Agepê estava com algumas músicas em paradas de sucesso em emissoras de rádio. Foi contratado para se apresentar no Clube Paraisense, show com início programado para se iniciar à meia noite. Chegou depois das duas da madrugada, e foi comunicado que sua apresentação havia sido cancelada.

Agepê e seus músicos viajavam numa Veraneio. Contrariado, saiu do Clube e foi para a praça Comendador José Honório, estacionando o veículo sobre o calçadão.

Sua graça durou pouco. Curuta, sozinho e Deus os conduziu para a cadeia, à época na rua dos Antunes. E somente depois de ouvirem poucas e boas foram soltos.

Isto sem nenhuma pressa.
por Nelson Duarte - Jornal A Semente da APC