Nossa querida comeia humana, São Sebastião do Paraíso, está a festejar seus 198 anos de fundação.
Data marcante para toda a população paraisense que vive, colabora e faz parte de sua quase bicentenária trajetória de urbe aprazível, habitada por gente trabalhadora, ordeira, culta, progressista e hospitaleira.
Tal efeméride nos leva a refletir profundamente sobre três momentos marcantes de cidade-polo regional que é, em decorrência de seu comércio ativo, indústria em constante evolução, agronegócio e empreendedorismo de ponta, hospitais e entidades assistenciais modernas, faculdades conceituadas, servida por movimentadas rodovias, aeroporto operacionável vinte e quatro horas, etc. etc.
Primeiramente não podemos nos esquecer de que o seu surgimento como núcleo social, deveu-se ao elogiável ato de liberalidade e religiosidade da família An-tunes Maciel, proprietária da Fazenda da Serra, Termo de Jacuí (MG) atual região do Campo Alegre, que em 25 de outubro de 1821, doou parte da fazenda para a constituição do “patrimônio a São Sebastião”, e consequentemente construção da primitiva capela, ao redor da qual deu origem ao povoado, e atual cidade.
Decorrido o breve espaço de apenas 52 anos, isto é, pela Lei Provincial n.º 2042, de 01/12/1873, foi criado o município de São Sebastião do Paraíso e, em 13/02/1891, pela Lei n.º 11, aconteceu a criação da respectiva comarca.
A História é constituída de protagonistas, feitos e fatos. Assim nossas homenagens, nesta oportunidade, aos primitivos moradores da região, os índios caiapós que foram cedendo lugar devido às investidas de aventureiros bandeirantes paulistas, que mesmo depois de exaurido o ciclo do garimpo de ouro, nas imediações de Jacuí, foram abrindo fazendas em toda a região para a criação de gado, plantio de cana de açúcar, cafeicultura, etc.
Nesse contexto, inegável também a contribuição do possante braço dos escravos africanos antes da Abolição da Escravatura e de seus descendentes, após tão tardia providência governamental. Igualmente merecem igual respeito e admiração, os imigrantes europeus e asiáticos e sua numerosa descendência, e bem assim os emigrantes nordestinos que também se radicaram entre nós.
Dessa circunstanciada exposição, chega-se à conclusão que pesa sobre a atual população paraisense, o dever de reconhecer os méritos de todas as gerações pretéritas, o que inclui os detentores do Poder Público Municipal (Câmara Municipal e Prefeitos), Poder Judiciário, educadores, médicos, lideranças políticas, religiosas, assistenciais, imprensa, comércio, indústria, agricultores, operariado e de todas as demais forças vivas da comunidade, etc.
Quanto ao futuro, espera-se de toda a população, tendo em vista as respectivas aptidões individuais, guardada a devida proporção, e posicionando-se ombro a ombro com as autoridades constituídas, cada membro da comunidade contribua com a parcela de responsabilidade que a todos assiste, em favor da solução dos graves problemas que na atualidade afetam o país: desemprego, combate à corrupção, à criminalidade, falta de segurança e de sentimento patriótico, etc., porque acima de tudo devemos ser brasileiros amantes da paz e do progresso em todo o território nacional.
Salve Paraíso na data de seus 198 anos de fundação.
Luiz Ferreira Calafiori – Professor, historiador, advogado, escritor, membro da Academia Paraisense de Cultura.