Fiscais da Agência Nacional Petróleo Gás-Natural e Biocombustível (ANP), estiveram em São Sebastião do Paraíso nesta semana realizando averiguação de 13 postos existentes no município. A fiscalização, que segundo o especialista em regulação, Adriano Abreu, aconteceu de forma repentina, não constatou nenhuma irregularidade. Ele explica que os mesmos testes realizados pela Agência, podem ser solicitados pelo consumidor, caso suspeite de alguma irregularidade.
De acordo com o especialista, os postos são obrigados a realizar três testes: o de qualidade da gasolina, qualidade do etanol e da quantidade, a fim de mostrar que não existe nenhum problema nas bombas caso o consumidor tenha dúvidas. No caso de São Sebastião do Paraíso, ele conta que nos 13 postos rodados, apenas um apresentou uma pequena alteração, mas nada que motivasse uma ação mais séria da Agência.
Segundo Adriano, foram realizados cerca de 50 testes nos postos, mas não foi identificados nenhum problema a exceção de um posto que foi preciso realizar uma coleta para um teste mais detalhado, já que o diesel apresentava uma possível alteração em relação ao aspecto visual. "Nesse caso, a amostra é encaminhada para laboratório para verificar se haveria alguma alteração ou não em relação a qualidade", explica.
O especialista destaca a importância dos testes realizados. "Isso traz regularidade ao mercado, para que todos trabalhem dentro das regras, é o que verificamos em São Sebastião do Paraíso, todo mundo seguindo a legislação. Nós temos um programa de monitoramento e Paraíso tem um índice de não-conformidade muito baixo, muito próximo de zero. A qualidade do combustível aqui é muito boa", destaca.
OS TESTES
Adriano explica que o teste do etanol, apesar de ser o mais complexo a ser realizado, já que é preciso verificar a densidade e temperatura, é o mais simples de se verificar já que existe acoplado nas bombas um mecanismo que mostra ao consumidor a qualidade daquele combustível. O mecanismo, que se chama termodensímetro, mostra se o etanol está dentro ou não da especificação do teor alcoólatra.
"Dentro deste mecanismo da bomba de etanol existe uma coluna vermelha, esta coluna deve estar no nível no líquido, o que significa que está próprio para o consumo. Se ele estiver acima da superfície do líquido, isso significa que está fora da especificação. Os postos são obrigados a realizar esse teste antes de receber o produto, quando ele ainda está no caminhão, porque a partir do momento que ele recebe o produto, ele assume a responsabilidade sobre a qualidade do produto", ressalta o especialista da ANP.
Outro teste que é realizado é o da quantidade, que é feito com 20 litros de gasolina. Para isto, é colocado em um balde próprio o volume necessário para o teste e, com isso, o consumidor consegue ver se a quantidade de combustível que sai da bomba é a quantidade realizada para esse teste. Outro teste que é realizado com a gasolina é o da proveta, para verificar a quantidade.
"O teste é feito em provetas de 100ml. Coloca-se 50ml de gasolina e 50ml de água na mesma proveta, depois sacode-se o tubo a fim de misturar os líquidos. Durante o teste, o álcool anidro que a gasolina possui se une aos 50ml de água adicionados, separando-se do combustível. O volume da água irá aumentar por causa disso, mas não deve ultrapassar o teto de 64ml. Se a quantidade de água for maior do que 64 ml, a gasolina pode estar adulterada", explica.
A penalidade para qualquer problema pode ser grave, de acordo com o especialista em regulação. "Se houver um problema no etanol, por exemplo, nós fechamos as bombas de etanol e do tanque, os demais continuam funcionando. Em relação a quantidade, se não estiver de acordo, a multa pode chegar a R$ 5 mil e no caso da qualidade a R$ 20 mil. Na lei, se o posto for reincidente em algum problema, tanto em relação a questão da quantidade, quanto da qualidade, a autorização dele pode ser revogada e o posto fechado. A lei é muito rígida em relação a sito", completa.