O município de São Sebastião do Paraíso terá adesão parcial a Onda Roxa do plano Minas Consciente. A afirmação é do prefeito Marcelo de Morais, durante uma live apresentada nas redes sociais da Prefeitura. Como vem se posicionando desde quando assumiu a administração, ele tem opinião contrária ao fechamento total das atividades do comércio e da indústria, “todas as atividades são essenciais, nenhuma é mais ou menos do que a outra. Não queremos a falência das nossas empresas”, declarou.
Desde a noite de segunda-feira,15, quando o Governo de Minas anunciou a adoção da Onda Roxa em todas as regiões do Estado que Marcelo Morais já havia se posicionado contrário a decisão do governador Romeu Zema. Conforme anunciado a nova fase de retomada da economia no Estado iniciou-se a 0 horas desta quarta-feira,17. Mais restritiva a fase prevê medidas como o funcionamento apenas das atividades essenciais, a adoção do toque de recolher no período entre 20h e 5h da manhã, entre outras ações que visa reduzir a circulação de pessoas como forma de reduzir as contaminações pela Covid-19.
Em alerta pelo agravamento da pandemia em todo o estado, o governador Romeu Zema fez um apelo à população mineira para que adote medidas de proteção contra o coronavírus, que agora passam a ser mais duras em todas as regiões de Minas Gerais. A aplicação das medidas previstas na onda roxa e os motivos que levaram o Governo de Minas a estendê-la aos 853 municípios foram detalhados por Romeu Zema em entrevista coletiva à imprensa na terça-feira,16. A nova etapa a princípio, terá duração de 15 dias. “Estamos aqui hoje para tratar de uma questão que, há um ano, tem causado transtorno e tristeza a toda a sociedade. O sistema de Saúde de Minas Gerais entrou em colapso. Ou seja, o número de pessoas que demandam cuidados médicos é maior que a capacidade de atendimento”, alertou o governador.
Já o prefeito Marcelo Morais se mostra inconformado com a decisão imposta, já que há uma semana, Paraíso era uma das poucas cidades a enquadrar-se na Onda Verde, na Microrregião. “Desde que assumimos temos feito um trabalho árduo, remodelamos o Centro Covid, apertamos a fiscalização, temos oferecido apoio total à Santa Casa, mesmo sem recursos. Fomos ao comércio, apelamos à população para que cada um faça a sua parte, agora não é justo sermos penalizados, por quem não se comprometeu”, protesta. Ele ainda cobrou ajuda do governo que não veio. “Várias vezes pedimos para que o Estado ampliasse o número de leitos para tratamento da Covid no Município, não fomos atendidos”, relata.
Na tarde de ontem, o prefeito Marcelo Morais o vice Daniel Tales e o presidente da Câmara, Lisandro Monteiro se reuniram com prefeitos das cidades da microrregião de São Sebastião do Paraíso e com o tenente coronel Charles Batista, comandante do 43º Batalhão de Polícia Militar para tomar uma decisão conjunta em relação a situação vivenciada por esses municípios.
Morais ressaltou que a situação de Paraíso se difere em relação às outras regiões do Estado, uma vez que os casos de Covid-19 estão controlados. Contudo, ele foi enfático ao dizer que se não houver colaboração da população e os números começarem a subir, o município deve acatar o que preconiza a “onda roxa” em sua totalidade. Ele ressaltou que o maior desafio tem sido lidar com festas clandestinas e desrespeitos às normas por parte de alguns bares e restaurantes, mas que a partir de agora, a ação de fiscalização será mais pesada, envolvendo a Polícia Militar e “não haverá diálogo”.
Ao comentar sobre a Onda Roxa, Morais disse que não adotará nenhuma medida para o fechamento do comércio e nem a indústria da cidade. “Como as empresas vão sobreviver, como vai ficar a situação dos trabalhadores que precisam garantir o sustento”, indaga. Conforme o prefeito a fiscalização ficará por conta da Polícia Militar.
“A nossa fiscalização vai estar nas ruas, quem não estiver de acordo, o estabelecimento será interditado. Já estou cansado de pedir e até implorar para a população ficar em casa, agora não tem mais o que fazer. Quem for pego na rua ou fazendo festa, em casa, condomínios ou qualquer lugar que responda por seus atos”, opina.
Ainda na live, o prefeito afirmou que vai acompanhar a movimentação na cidade nos próximos dias quando poderá tomar novo posicionamento. Uma avaliação segundo disse, será feita na próxima segunda-feira (22/). “Se percebermos que o número de pessoas doentes e mortes estiver aumentando muito, então, infelizmente teremos que fechar tudo mesmo. Vamos aguardar”, disse. Ele também cobrou a publicação do Decreto do Estado para em seguida fazer a publicação do documento semelhante, com a regras e normas a serem adotadas pelo Município.