73 ANOS

Associação Feminina Obreiras do Bem há 73 anos pratica o amor e a caridade

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 20-03-2021 07:33 | 1378
Foto: Multclp

No próximo dia 28 de março a Associação Feminina Obreiras do Bem completará mais um ano de existência. Desde a sua criação em 1948 até os dias atuais, são 73 anos da prática do amor e da caridade, literalmente fazendo o bem sem olhar a quem. Ao longo de todo este tempo, incontável é o número de pessoas que foram de uma forma ou de outra, atendidas pelas mãos caridosas, fruto do trabalho voluntário de um grupo de mulheres principalmente que se dispõe a servir ao próximo e as pessoas mais necessitadas.

Quem relembra o início de toda a história da instituição é a atual tesoureira, Cyrene Amaral Coimbra. Ela que já foi presidente da associação, conta que a entidade inicialmente teve sua sede onde é hoje a Fundação Gedor Silveira, na Vila Mariana. “Na época houve a cessão do prédio e a diretoria do hospital ficou de construir uma sede para as obreiras que doaram o prédio existente para o sanatório, relembra.

As obreiras desde aquela época são as mantenedoras do Albergue Noturno que funcionou em diferentes locais, como por exemplo, em anexo ao Pronto Socorro nos anos 80. “Somente em 1995 é que passamos a ocupar a construção atual, localizada na Rua Delmira Andrade Westin,28, que foi cedida pelo médico Dr. Joaquim Alves Pinto, o doutor Quinzinho, e seus familiares José Carlos Alves Pinto e suas irmãs”, explica Cyrene. Ela ressalta que estes 73 anos de existência há motivos sim para comemorar. “É uma vida, continuamos sobrevivendo graças a atuação das nossas voluntárias, colaboradoras, cada membro da diretoria que tem atuado para a sua manutenção e também pela ajuda do povo que é muito generoso e têm contribuído conosco ao longo deste tempo”, destaca.

Dinomar Campos do Amaral, presidente da Associação Obreiras do Bem, conta que atualmente são cerca de 100 pessoas que participam e ajudam na manutenção e sobrevivência da entidade. Desde o ano passado, com início da pandemia, várias pessoas acabaram se afastando, tem esta questão do distanciamento, mas na medida do possível continuamos com nossas ações sempre observando as normas e determinações de saúde recomendadas”, observa.

Ela cita que a associação não parou e tem realizado campanhas junto à comunidade para continuar sobrevivendo. “A instituição tem credibilidade, o povo ajuda muito quando lançamos alguma campanha, igual ocorre com as escolas que sempre realizam e participam de campanhas, tudo isso, toda ajuda e colaboração é muito importante, comenta.

Além das campanhas, a associação também promove a aquisição e empréstimo de cadeiras de rodas,  cadeiras de banho e acessórios como andejos, muletas, andadores e outros que somam mais de mil objetos. Outra iniciativa das voluntárias é confecção de enxovais que são doados para gestantes carentes.

Se por um lado a generosidade da população ajuda as voluntárias nas suas campanhas, a manutenção do Albergue Noturno em relação as despesas de água, luz, telefone, caseiros é um dos maiores desafios da instituição. Desde a época da prefeita Marilda Melles que não recebemos recursos financeiros do Município, do Estado e nem do Governo Federal, nenhuma subvenção”, descreve a presidente. “Nem assim deixamos de atender, embora as nossas ações fiquem mais limitadas. Se tivéssemos mais condições faríamos muito mais”, reconhece.

Quando menciona o poder público municipal, Dinomar cita que no ano passado a associação firmou convenio com a Prefeitura. “Durante um bom tempo o Albergue foi utilizado para receber as pessoas em situação de rua, que aqui ficaram abrigadas durante o período do frio e da pandemia. Houve momentos em que todas as nossas dependências ficaram cheias com ocupação dos 26 leitos existentes e alas feminina e masculina separadas, ressalta. No local, o interno é recebido no período das 18 às 21 horas, quando ocorre o recolhimento e a liberação no dia seguinte, estando sujeito a regras do regimento interno. “São ofertados o banho, o jantar, cama arrumada, roupa de dormir, kit de material higiênico completo e café da manhã”, enumera.

No entanto, o convênio com o Município foi encerrado no final de 2020. “Ficamos uma semana fechados para ações de higienização. Também foram iniciados contatos com a nova administração que ficou de elaborar um projeto de parceria a qual estamos aguardando. Estamos otimistas, o novo prefeito demonstrou boa intenção, acreditamos que em breve retomaremos a parceria, inclusive com novos serviços que poderão ser oferecidos pela municipalidade, que vai ajudar muito na prestação de serviços que é feita e no encaminhamento das pessoas necessitadas”, acrescenta Cyrene.

Mesmo sendo uma entidade reconhecida a nível federal, estadual e municipal a associação não recebe ajuda do governo federal ou estadual. “Já fomos atrás inclusive dos deputados da região, enviamos ofício, mas não obtivemos nenhuma resposta. Mas nada disso nos desanima, sabemos com quem podemos contar”, reforça a presidente.

Independente de quem nos ajuda, sabemos que há motivos para comemorar. A Associação Feminina Obreiras do Bem é uma vida, ela sobrevive, mesmo com poucos presidentes, praticamente os mesmos que se revezam, só temos a agradecer pela existência ao longo do tempo”, aponta a tesoureira.

A instituição está aberta para receber novas pessoas que queiram atuar como voluntárias. “É importante que as pessoas conheçam o local, que saibam bem e mais dos trabalhos realizados, por isso é importante fazer uma visita que pode ser agendada pelo telefone 3531-3831”, disse Dinomar.

Dinomar Amaral e Cyrene Coimbra falam da história  e dos trabalhos realizados pela associação e manutenção do albergue