100 pessoas da região receberam vacina ‘trocada’ contra a Covid-19
Por: Roberto Nogueira | Categoria: Cidades | 26-04-2021 17:38 | 2236
Cerca de 100 pessoas de 10 municípios da região podem ter recebido de forma "equivocada" doses de fabricantes diferentes da vacina contra a Covid-19, entre a primeira e segunda aplicação. Em São Sebastião do Paraíso esta situação pode ter alcançado 25 pessoas, mas a Prefeitura descartou que tenha havido “troca” admitindo que pode ocorrer erro de digitação quando do lançamento dos dados no sistema disponibilizado pelo Governo Federal. Conforme o mapa divulgado aponta que em Minas Gerais foram 2.500 casos semelhantes. O Ministério da Saúde, de onde os dados foram extraídos, diz que a quantidade de casos de vacinas trocadas é bem menor e que o excesso ocorreu em função de erros de digitação.
O assunto foi veiculado em jornais de grande circulação, como a Folha de São Paulo e O Tempo, com repercussão na TV Globo. Segundo levantamento divulgado, somente em Minas, seriam 2.500 pessoas que podem ter recebido e de forma equivocada as doses trocadas da vacina. O acontecido teria ocorrido em 423 municípios mineiros, onde as pessoas caso se confirme a troca não estarão devidamente protegidas do coronavírus.
O Jornal do Sudoeste teve acesso ao mapa das cidades do estado onde este fato teria ocorrido. Na região seriam praticamente 100 ocorrências, sendo que em São Sebastião do Paraíso teria sido registrada praticamente um quarto deste total, ou seja, 25 trocas. Ainda em Minas, as cidades como maiores registros são Belo Horizonte e Lavras, ambas com 200 situações. A maior incidência teria sido em Itaú de Minas com 37 casos. Confira os números de outras cidades da região no quadro em anexo.
Em contato com o Jornal do Sudoeste o prefeito Marcelo Morais verificou junto a coordenadora da Vigilância em Saúde, Fernanda Amorim Spósito Scarano sobre a citação de Paraíso no caso. Ela informou que desconhece qualquer caso desta natureza.
“Conferi com a equipe de imunização e erro de digitação temos sim. Pode acontecer no mesmo dia e na mesma hora digita-se algo errado porque são muitas as fichas e acontece a correção de imediato. Olhamos no sistema e fizemos a verificação se o número batia e erro de digitação tem mesmo, não sei se é este volume”, observa.
Fernanda acrescentou que “vacina trocada não temos nenhum caso, graças a Deus”. “Em alguns municípios do Estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul eu já vi que teve vacina trocada, aplicação trocada não tivemos nenhuma” exemplifica. A coordenadora cita ainda que quando é feita a correção no sistema do governo, “tem de uma dose e da outra, a gente corrige a digitação só que o sistema ele não apaga, ele não exclui e não faz um histórico e na hora que vai lá olhar ficam os dois lá retidos, as vezes é isso que estão falando. A gente entende que é a única coisa que possa realmente estar errada”, finaliza.
Conforme o protocolo do PNI (Plano Nacional de Imunização) cada pessoa deve receber a vacina disponível no momento da primeira aplicação, independente do fabricante. No entanto, para a segunda dose é obrigatório que o imunizante a ser aplicado seja da mesma marca da anterior, conforme anotação no cartão de vacinação, sendo observado o intervalo de 14 dias entre uma e outra aplicação.
Justificativas
O levantamento foi realizado com informações constantes no site do Ministério da Saúde até o dia 8 de abril, onde os dados apontam que 16,5 mil pessoas em todo o país teriam recebido doses trocadas das vacinas. A Secretaria de Estado da Saúde (SES/MG) divulgou uma nota em que informa que até o dia 23 de abril havia recebido apenas 68 notificações de municípios mineiros onde as pessoas teriam recebido doses trocadas da vacina. Já o próprio Ministério da Saúde informa ter recebido somente 481 notificações em todo o Brasil, até semana passada.
Ainda de acordo com a SES/MG, "em casos nos quais o indivíduo tenha recebido a primeira dose de vacina de um fabricante e, com menos de 14 dias, venha a receber a segunda dose de outro produtor, a segunda dose deverá ser desconsiderada, e deverá ser reagendada outra aplicação, conforme o intervalo indicado da primeira vacina recebida”, diz a nota.
Já o Ministério da Saúde informa que "cabe aos Estados e Municípios o acompanhamento e monitoramento de possíveis eventos adversos a essas pessoas por, no mínimo, 30 dias”. As fichas são preenchidas pelos profissionais de saúde das prefeituras no sistema de informação do Ministério. O Plano Nacional de Imunização determina que todos os trabalhadores que tiverem conhecimento sobre erros nas aplicações devem notificar as falhas às autoridades sanitárias.
CIDADES DA REGIÃO CITADAS COM “DOSES TROCADAS” DA VACINA | |
Municípios | Doses trocadas |
Delfinópolis | 1 |
Muzambinho | 1 |
Passos | 3 |
Cássia | 5 |
Pratápolis | 6 |
Arceburgo | 6 |
Guaxupé | 6 |
Capetinga | 9 |
São Sebastião do Paraíso | 25 |
Itaú de Minas | 37 |
Ministério da Saúde | |