ESPAÇO SAÚDE

Já ouviu falar em doença renal?

Por: Redação | Categoria: Saúde | 26-05-2021 04:23 | 522
Dra Leticia de Oliveira
Dra Leticia de Oliveira Foto: Divulgação

O mau funcionamento do rim não dói, nem causa nenhum mal estar extremo, principalmente quando a perda de função renal é gradativa. Afinal, o corpo vai se adaptando a essa perda. Vamos saber um pouco mais de como é essa disfunção e o que se sente em cada uma das fases da doença. 

A essa disfunção renal denominamos doença renal crônica (DRC) é um conjunto de sinais e sintomas que trazem alterações  em todo organismo e não somente no rim. E ela se divide em estágios baseados na capacidade do rim em “filtrar” o sangue. Trocando em miúdos, nossos rins desempenhando suas funções normais, é capaz de filtrar cerca de 90-125 ml de sangue por minuto. 

O Estágio Inicial da DRC compreende os Estágios  1 , 2 e 3 A, a maioria dos pacientes não apresenta sintomas ou apresenta poucos sintomas inespecíficos, o que dificulta a detecção da doença. 

  • DRC estágio 1 tem função normal filtra acima de 90 ml/ min, mas quem está nesse estágio possui algum fator de risco seja ele perda de sangue ou proteína na urina, exame de imagem renal alterado ou resultado de biopsia alterado.  Deve realizar seguimento dessas alterações de maneira a impedir a progressão da doença.
  • DRC estágio 2 os rins filtram de 60 a 89 ml/min e quem está nessa fase ainda não tem sintomas, e essa disfunção não compromete o desempenho do organismo. Nesse momento deve-se priorizar o controle dos fatores de riscos de modo a frear o avanço da doença. 
  • DRC estágio 3 A a taxa de filtração é entre 45 a 59 ml/min. 

Nesses primeiros estágios da doença é muito importante abrandar a progressão da DRC e reduzir o risco de outras complicações. Estilo de vida saudável, alimentação especial e uso adequado de medicações para controle das causas da DRC. 

No Estágio Final da doença, que compreende os estágios 3 B , 4 e 5 o funcionamento dos rins sofre forte redução. Há acúmulo do excesso de água e resíduos (que chamamos de escórias) no sangue, podendo culminar na uremia, extremo de intoxicação do organismo por toda sujeira que o rim não joga fora.

Neste estágio final é importante lançar mal de todos os artifícios possíveis para abrandar a progressão até a insuficiência renal completa. 

  • DRC estágio 3 b, o indivíduo nesse estágio apresenta lesão renal moderada, com filtração renal de 44 a 30 ml/ min.
  • DRC estágio 4 o rim apresenta lesão avançada e filtra apenas de  29 a 15 ml/ min. E assim aparecem mais alguns sintomas. Doença óssea, pernas inquietas, coceira pelo corpo, inchaço nas pernas e em torno dos olhos e anemia. Com a anemia grave aparecem também perda de apetite, cansaço, dificuldade em se concentrar, falta de ar, palidez da pele e mucosas, dor nas pernas. Este já um é um estágio crítico, pré dialítico.  

Deve-se analisar algumas situações específicas importantes deste estágio. Há pacientes que já iniciarão tratamento renal substitutivo nele, de acordo com suas condições. São elas desnutrição, doença renal subjacente, sintomas urêmicos, o diabético também geralmente inicia o tratamento de substituição renal com taxa de filtração inferior a 20, dentre outras situação. Todas elas individualizadas. 

  • DRC estágio 5, neste a taxa de filtração é menor que 15 ml de sangue por min. E o rim não é mais capaz de desempenhar suas funções básicas. Tem-se então a doença renal terminal ou dialítica. Agora é necessário optar por uma terapia renal substitutiva, uma alternativa de tratamento para esses rins que não funcionam mais seja ela hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal.

Descobri que estou no estágio final da doença e agora?

Agora iniciou uma nova fase em sua vida! Apesar de parecer assustador estar no estágio final dessa doença, apenas seus rins perdem as funções, não você! E a boa notícia é que o rim é atualmente o único órgão do corpo humano que as máquinas conseguem substituir. 

E a partir de agora terá de recorrer a um desses tratamentos, seja hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal, além de mudar algumas coisas em sua rotina e perceber que é possível sim viver bem, com plenitude e felicidade essa nova fase.

Visitem regularmente seu médico de confiança e realize exames periódicos para avaliar seu funcionamento renal. Principalmente se for diabético ou hipertenso, que são as duas principais causas de mal funcionamento renal. Cuidem-se! É possível viver bem e saudável com suas doenças crônicas. 

Dra Leticia de Oliveira
Médica Nefrologista e Clínica Médica
Lucano Clínicas
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