No próximo dia 5 de julho A Principal completa 54 anos de vida. Continua no mesmo local onde iniciou suas atividades, na rua Soares Neto, 586, área central de São Sebastião do Paraíso. Como de costume, principalmente no interior, o nome da tradicional empresa está intimamente ligado ao de seu proprietário, sendo mais conhecida como a “loja do Moacir”.
Uma referência ao paraisense Moacir Rezende, 84 anos, um dos mais tradicionais comerciantes em Paraíso, em plena atividade. Em sua adolescência trabalhou no Bar do Centro, onde atualmente é a Galeria Central. À época os proprietários eram os senhores José Adolfo e Ewaldes Peterson.
Seu aprendizado foi moldado junto a tradicionais comerciantes como Chiquito Santos (Casa Santos), Jamil Abud, (Casa do Jamil), e José de Belo. Moacir trabalhou cinco anos na Casa Belo, e em seguida, doze na Casas Pernambucanas. Iniciou quando a loja era na travessa Soares Neto, bem na esquina com a rua Dr. Placidino Brigagão, em frente A Principal. “Aprendi muito também com Máximo Marson e Maciel Teófilo, gerentes nas Pernambucanas”, disse.
Amadurecida a ideia de ter seu próprio comércio, em 1967 ele desligou-se da Pernambucanas e adquiriu o Vogue Magazine, que passou a ser A Principal. “Comprei de Dona Hilda Batista, esposa do senhor José Adolfo, com quem trabalhei. Por um ano tive como sócio o Cleonar Pimenta”, explica. Em suas idas a São Paulo para compras, Moacir viu uma loja chamada A Principal. Gostou, e o Vogue Magazine mudou de nome.
No início comercializava tecidos, confecções e armarinhos. Com o passar dos anos optou somente por armarinhos. O imóvel onde A Principal está instalada era do senhor Atílio Aloise. “Paguei aluguel por um bom tempo, depois eu comprei aqui, e o Geraldo Salviano Ferreira adquiriu o cômodo que fica ao lado, onde é o Lar Moderno”, recorda-se.
Sobre a compra, Moacir afirma ter sido um fato marcante. “Eu comprei um terreno na rua Dutra da Silva, e meu pai que era pedreiro construiu uma casa para mim. Me deu uma grande força, porque depois a vendi, e com o dinheiro comprei o cômodo da loja. Foi quase o valor total, faltou muito pouco, e não esqueço jamais”, explica.
“Graças a Deus, não posso reclamar, só tenho a agradecer”, diz ao avaliar esses 54 anos de atividades de A Principal. Ressalta que sempre contou com o apoio de sua esposa Ana Inês, e que seu filho José Marcos Marcos Pimenta Rezende está com ele na loja desde os 14 anos. A equipe se completa com uma funcionária e sua nora Kellen. “A empresa é do meu filho, hoje eu o estou ajudando”, afirma. Esse trabalho possibilitou a formatura de duas filhas, e “fazer um pé de meia”, patrimônio construído com muito trabalho, diz Moacir. “Passei mais de 20 anos sem férias, às vezes tirava uma semana para descansar”.
Uma das exceções foi viagem para a Europa em 2002, quando disse ter “aproveitado bem”, na companhia do casal de amigos Ladislau de Castro e Lourdes, e do professor e advogado Benedicto Paulo Oliveira. “Não esqueço”, afirma.
Mais recentemente, por recomendação do filho José Marcos, para resguardar-se em termos de saúde Moacir ficou em casa, afastado da loja por alguns meses. “Um dia estava deitado, era por volta de duas e meia da tarde, eu disse: não vou continuar aqui, vou para a loja”, conta.
Ao externar agradecimentos, Moacir concorda com seu gerente na Pernambucanas, Máximo Marson, que afirmava: “O freguês é a pessoa mais importante, sem ele não tem balcão”. Tudo o que fiz devo a Paraíso, aos clientes que na maioria se tornaram meus amigos, enfatiza. Em contrapartida explica de sua lealdade enquanto comerciante. “Não sei mentir, por exemplo, anunciar desconto que não é dado, ou liquidações que de fato não existem”.
Moacir Rezende conclui dizendo da necessidade de toda cidade ter uma Associação Comercial. A ACISSP fez muito por São Sebastião do Paraíso. O presidente Ailton Sillos é persistente, e o admiro. Lembro-me quando ele tinha loja de materiais elétricos.
A ACISSP congratula-se com o empresário Moacir Rezende, pelos 54 anos de A Principal.