Dois paraisenses, os primos Luiz Antônio e Jerônimo, chegaram por volta das 11 horas de terça-feira (8/6) ao Aeroporto Joaquim Montans Júnior, em São Sebastião do Paraíso. Aterrissaram de trike, de volta de uma viagem que lhes ficará na memória. Na aurora do feriado de Corpus Christi levantaram voo com destino a Água Boa, município localizado na porção média da região denominada Vale do Araguaia, no Mato Grosso.
Foram de trike, aeronave esportiva de pequeno porte, como se fosse uma asa-delta motorizada, com uma caixa em triciclo em baixo, para dois ocupantes. A asa é projetada para suportar mais peso que uma asa delta comum.
É um estilo de voo que está crescendo em Paraíso e região. Nos hangares no Aeroporto Joaquim Montans Júnior há pelo menos meia dúzia de trikes. Luiz Antônio diz ser um estilo que une as pessoas, realiza sonhos, há uma inteiração muito grande.
O tempo de voo entre São Sebastião do Paraíso e Água Boa, fora as paradas, são dez horas, percurso feito em dois dias. Dois para lá, dois pra cá. Além de Minas Gerais sobrevoaram parte de Goiás para chegar ao destino, Água Boa, onde familiares os aguardavam.
O planejamento da viagem incluiu paradas para abastecimento. O trike tem tanque de combustível com autonomia total para quatro horas de voo, mas não fizeram “pernas mais longas” que duas horas e meia, também levando em conta o necessário descanso. Paravam para abastecer, alimentarem-se.
Ambos são pilotos e foram se revezando. Luiz Antônio anteriormente voava com ultraleve e Jerônimo de asa-delta. Além da comunicação entre si, comunicavam-se também com aeronaves que se encontram na mesma região. Não é a mesma frequência utilizada por companhias aéreas, que é própria, fechada. “Como voamos utilizando aeroportos não controlados, voamos na frequência livre”, explica Luiz Antônio. À guisa de explicação ele cita que o aeroporto em Paraíso, se inclui entre os de “frequência-livre”.
As paradas foram em Ituverava (SP), Ituiutaba (MG), Santa Helena de Goiás, Iporá (GO) e de lá para uma fazenda. “Conhecemos um senhor que tem pista asfaltada, bem na nossa rota, e de lá fomos para Água Boa. Nossa pernoite foi em Iporá”, disse.
O planejamento da viagem se iniciou no final do ano. Luiz Antônio e Jerônimo têm um primo que reside em Água Boa e resolveram visitá-lo, viajando de trike. “Fizemos bom planejamento de voo, fora de área controlada, porque nela não é permitido trike. A Anac disponibiliza mapas, onde constam pistas, relevos, hidrovias, ferrovias, rodovias. Em cima dele fizemos o traçado”.
O voo é visual, no período do nascer ao pôr do sol. Embora prazerosa a viagem não transcorreu “em céu de brigadeiro”, pois encontraram muita dificuldades pelo caminho. “Mas estávamos preparados, tivemos instruções, treinamentos. Foi uma experiência muito boa, além de chegar lá e encontrar um pedaço de nossa família”, salienta Luiz Antônio.
Para o próximo ano, a intenção é ir para uma praia. Luiz Antônio voa há três anos, Jerônimo há dois. Em comum eles têm o gosto pela aviação. Sob a experiência de voar de trike, Luiz Antônio ressalta a sensação de “ver o dedo de Deus a toda hora. No amanhecer, entardecer, nas paisagens, nas aves. Deus está presente a todo momento”, diz.