Quatro corridas sem vencer. E o pior: a principal adversária venceu as quatro! A Mercedes está experimentando pela primeira vez o sabor amargo que não fazia parte de seu cardápio de sucessos desde que passou a dominar a F1 a partir de 2014.
O GP que será disputado amanhã bem que poderia ser um tira-teima entre Red Bull e Mercedes, no segundo round, da F1 na Áustria, mas as estatísticas e o momento não apontam para isso. A Mercedes sofreu um duro golpe no GP da Estíria, que foi inserido no calendário para cobrir a vaga deixada pelo cancelamento do GP do Canadá. Agora é o próprio GP da Áustria, no mesmo Circuito Red Bull Ring, de propriedade da Red Bull.
No domingo passado, Max Verstappen venceu com um pé nas costas, e Lewis Hamilton ficou sem reação diante da superioridade do modelo RB16B, conduzido pelo holandês, que ampliou de 12 para 18 pontos a vantagem sobre Hamilton no Mundial de Pilotos (156 a 138). No Mundial de Construtores a Red Bull já abre 40 pontos de frente para a Mercedes (252 a 212).
Em termos de pontuação, o saldo do GP da Estíria até que não seria tão catastrófico para a Mercedes se não fosse o desempenho na pista. A Red Bull somou 37 pontos: 25 da vitória de Verstappen, mais 12 do 4º lugar de Sergio Pérez.
Já a Mercedes somou os 18 do 2º lugar de Hamilton, que também levou o ponto extra pela volta mais rápida, e os 15 do 3º lugar de Valtteri Bottas. Total: 34 pontos, apenas três a menos que a Red Bull. Mas trazendo para o cronômetro, há um abismo entre as duas equipes.
Na linha de chegada a diferença de Verstappen para Hamilton foi de 35s743, mas é preciso levar em conta que na 69ª de 71 voltas, o heptacampeão foi para os boxes trocar pneus para estabelecer a volta mais rápida. O parâmetro, então, é a volta anterior ao pit stop de Hamilton, e a vantagem de Verstappen naquela volta era de 17s164, e isso é uma eternidade na F1, ainda mais numa pista curta como o Circuito Red Bull Ring com seus 4.318 metros.
As equipes estão utilizando neste final de semana a gama mais macia dos pneus Pirelli, os C3, C4 e C5. No GP da Estíria foi a gama intermediária: C2, C3 e C4. E estatisticamente a Mercedes não costuma ir bem com os pneus mais macios, principalmente Lewis Hamilton, que encontra mais dificuldades do que o companheiro de equipe, Valtteri Bottas, em colocar nos pneus a temperatura ideal de funcionamento.
Sempre quando a composição C3, C4 e C5 foi utilizada em pistas de asfalto liso, Hamilton não se deu bem. Ele foi 3º na Rússia e em Abu Dhabi, no ano passado, e nesta temporada não passou de 7º, em Mônaco, e no Azerbaijão terminaria em 3º, não fosse o estouro do pneu de Verstappen, mas acabou sem pontuar depois de cometer um erro na relargada.
As coisas mudam rápido na F1, mas é difícil apostar que em uma semana a Mercedes possa esboçar alguma reação que surpreenda a embalada Red Bull na classificação de hoje, e na corrida de amanhã.
Ainda tem muita água para passar por baixo da ponte, mas neste momento a Mercedes não tem o melhor carro e nem o motor mais potente. A bola da vez é a Red Bull, empurrada pelo Honda que também não vencia quatro corridas seguidas, como fornecedora de motores, desde 1991, com Ayrton Senna, na McLaren.
Fórmula Indy
Uma pequena pausa para o almoço assim que terminar o GP da Áustria, e é só mudar de canal porque tem F-Indy, ao vivo, às 13h na TV Cultura. E o campeonato está sensacional.