POLEPOSITION

A força da nova geração

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 11-07-2021 02:47 | 953
Senna, Prost, Mansell e Piquet: a geração que marcou a F1 nos anos 1980
Senna, Prost, Mansell e Piquet: a geração que marcou a F1 nos anos 1980 Foto: Arquivo / Pole Position

A foto que ilustra a coluna é histórica. Foi feita no Estoril, véspera do GP de Portugal de 1986. Senna, Prost, Mansell e Piquet, os postulantes ao título daquele ano. 

Revendo os números atualizados, a foto soma 11 campeonatos e 146 vitórias.

Pra qualquer pessoa que já passou dos 40, e viveu a F1 dos anos 1980, se você perguntar qual a melhor geração de pilotos que viu correr, certamente responderá que foi a desses quatro!

A F1 está diante de um novo quarteto que vai pavimentando o futuro da categoria e que tem tudo para escrever uma rica história no esporte.

Não vai demorar e Max Verstappen, Lando Norris, Charles Leclerc e George Russell serão os personagens da próxima foto como aquela. 

Aos 23 anos, Verstappen já acumula números que impressionam. Só para efeitos de compa-ração, Ayrton Senna estreou na F1 aos 24 anos. Verstappen é o mais precoce da história, quando tinha 18 anos e 3 dias. Nem possuía carteira de habilitação quando fez a sua estreia, e na Áustria tornou-se o piloto mais jovem a atingir a marca de 50 pódios. Domingo passado, Verstappen venceu pela 15ª vez na carreira, a 5ª do ano, a terceira seguida. Está tirando o sono de Hamilton, que por outro lado admitiu que a disputa com o jovem holandês o motivou a renovar seu contrato por mais dois anos com a Mercedes.

Lando Norris é o mais jovem da turma, 21 anos, e já tem 4 pódios. Fez uma corrida soberba na Áustria e arrancou elogios de ninguém menos que Lewis Hamilton: “que bom piloto é esse Lando(!)”, disse pelo rádio da Mercedes depois de encontrar dificuldades para ultrapassar o jovem piloto da McLaren, que terminou em 3º.

Puxando pela memória, não me lembro de ter ouvido outro piloto elogiar um adversário pelo rádio da própria equipe. Ainda mais numa situação desfavorável como a que Hamilton vive neste momento.

Charles Leclerc é outra jóia que já provou do que é capaz sempre que a Ferrari permite que seu trabalho brilhe. Leclerc tem a mesma idade de Verstappen, já venceu duas vezes e acumula 9 pole positions, duas delas nesta temporada. 

Em Mônaco, Charles provou o quanto está maduro para liderar uma equipe como a Ferrari. Era o pole e sequer pode largar por conta de um problema mecânico, mas conseguiu superar a frustração e se juntar à equipe para festejar o pódio do companheiro, Carlos Sainz, que havia terminado em 2º. 

Por fim, George Russell, também aos 23 anos, aguarda uma chance melhor que a da Williams. Na primeira oportunidade que teve num carro competitivo, só não venceu o GP do Sakhir em que substituiu Hamilton que se recuperava de covid, no ano passado, porque a Mercedes falhou em seu pit stop.  

Russell é um nome forte para substituir Valtteri Bottas no ano que vem. Na Áustria, mandou um recado para Toto Wolff ao classificar a Williams na 10ª posição do grid com pneus médios.

Na corrida defendeu-se até onde pode dos ataques de Fernando Alonso pela 10ª posição. Russell persegue o tão sonhado ponto com a Williams, mas mais do que pontuar, talvez o maior prêmio que poderia receber foi o reconhecimento de Alonso que lhe presenteou com um capacete e os dizeres: “Você é demais! Futuro campeão mundial”.