Violência obstétrica é o termo utilizado para caracterizar abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde durante a gestação, em casos de aborto, na hora do parto, nascimento ou pós-parto.
Os maus tratos podem incluir violência física como intervenções desnecessárias no corpo da gestante ou psicológica, como ofensas, piadas com o corpo da mulher ou com o feto, preconceito por múltiplas gestações e até mesmo violência física. Isso pode fazer da experiência do parto um momento traumático para a mulher ou o bebê.
Jovens negras, pobres e grávidas do primeiro filho são as maiores vítimas. Isso se deve ao acesso delas a um pré-natal fragilizado, a crença de que a mulher negra é mais forte e mais resistente à dor, e principalmente ao preconceito social e racial por profissionais relacionados a este momento da mulher.
A violência obstétrica está relacionada não apenas ao trabalho de profissionais de saúde, mas também a falhas estruturais de clínicas, hospitais e do sistema de saúde como um todo.
Os tipos de violência obstétrica são: Violência por negligência: negar ou dificultar o atendimento à gestante, além da privação do direito ao acompanhante, previsto por lei desde 2005.
Violência física: intervenções desnecessárias sem autorização da mulher. Não oferecer alívio da dor, restrição no leito, uso de fórceps sem indicação clínica, cesárea sem indicação formal, entre outras. Claro que vale lembrar que algumas práticas médicas podem ser necessárias para bem-estar da mãe e do bebê e, neste caso, não são consideradas violência obstétrica.
Violência verbal: comentários constrangedores, ofensivos, que inferiorizam a mulher, além de ridicularizar escolhas da gestante.
Violência psicológica: toda ação verbal ou comportamental que a deixe vulnerável,
A Violência Obstétrica pode causar traumas, piorar situações psiquiátricas pregressas, desencadear sequelas psicológicas e físicas, além de transformar um momento que deve ser positivo em uma lembrança emocional dolorosa negativa.
Passar por qualquer uma dessas situações é inadmissível! Denuncie! Disque 180 - Central de Atendimento à Mulher.
Dr Luiz Gustavo
Médico Psiquiatra
CRMMG 63277 RQE 50446