A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) começou a distribuir, na tarde de sexta-feira,14, as 110 mil doses de vacina contra a covid-19 da Pfizer. Este é o 78º lote entregue pelo Ministério da Saúde ao estado e se destina à administração de primeira dose (D1) em 5,91% de crianças de 5 a 11 anos de idade. A previsão é de que para a microrregião serão encaminhadas 630 doses, sendo que a estimativa para São Sebastião do Paraíso são 360 doses.
Os imunizantes chegaram a Minas Gerais na manhã de sexta-feira no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, e foram encaminhadas para Central de Armazenamento e Distribuição. De acordo com a programação divulgada pelo Governo de Minas a retirada das vacinas teve início no mesmo dia, mas, para a Diretoria Regional de Saúde de Passos, foi agendado para ser retirada às 9 horas da manhã de sábado, 15. Na segunda-feira, 17, será feita a redistribuição.
Conforme apurado pela reportagem para a microrregião de São Sebastião do Paraíso foi anunciado o envio de 630 doses. Os municípios de São Tomás de Aquino, Jacuí e Pratápolis deverão receber 40 doses cada. Itamogi terá 50 enquanto que para Monte Santo de Minas serão destinadas 100. Paraíso deverá receber 360 doses. Na próxima segunda-feira, 17, às 8 horas da manhã haverá uma reunião na DRS, em Passos, para alinhamento de informações e entrega dos imunizantes.
A expectativa é de que durante o encontro sejam definidos quais os critérios de vacinação. Até o momento não se sabe se haverá prioridade para crianças portadoras de algum tipo de comorbidade ou apenas pela faixa etária. Outra dúvida se refere a obrigatoriedade ou não da aplicação. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a necessidade de vacinar as crianças de 5 a 11 anos contra o novo coronavírus.
De acordo com a coordenadora de Imunização da SES-MG, Josianne Gusmão, neste primeiro momento, com o escalonamento das entregas da vacina, a vacinação infantil vai seguir uma ordem de priorização. A ordem de vacinação precisa ser organizada pelas equipes de saúde municipais, sendo elencadas como as primeiras crianças a serem vacinadas aquelas com deficiência permanente ou com comorbidades. Segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), a estimativa é que haja um total de 1,8 milhão de crianças em Minas Gerais nessa faixa etária.
A imunização completa é por meio da aplicação de duas doses da vacina com o intervalo entre a primeira dose (D1) e a segunda dose (D2) de oito semanas. Os pais ou responsáveis devem acompanhar as crianças nos locais de vacinação contra a covid, manifestando sua concordância com a vacinação. Em caso de ausência de pais ou responsáveis, a vacinação deverá ser autorizada por um termo de assentimento por escrito. Sobre a administração de outras doses de vacinas do calendário no momento da imunização, a orientação é esperar duas semanas.
Segurança
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em 15 de dezembro de 2021 a ampliação do uso da vacina Pfizer/Comirnaty para imunizar crianças de 5 a 11 anos. Em seguida, a agência recomendou ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde a inclusão dessa vacina, liberando para todo o Brasil a oportunidade de imunizar as crianças. A Anvisa apontou que pesquisas comprovaram a eficácia da vacina neste grupo etário. Atualmente, ao menos 39 países da Europa e 14 da América Latina já autorizaram ou iniciaram a vacinação contra a covid-19 em menores de 12 anos.
Pesquisam demonstram ainda que a administração do imunizante em crianças apresenta uma eficácia de 90,7% para a prevenção da covid-19 em pelo menos sete dias após a segunda dose. E não foram observados eventos adversos graves associados à vacinação. Para as crianças as doses do imunizante são diferenciadas, o frasco é na cor laranja, com dose de 0,2ml, contendo 10 mcg da vacina covid-19.
Na Declaração emitida em 24 de novembro de 2021 e atualizada em 29 de novembro de 2021, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirmou que, no que se refere à transmissibilidade do SARS-CoV-2, os estudos apontam que as crianças e os adolescentes são infectados na mesma taxa que os adultos. Outra situação que reforça a necessidade da administração da vacina pediátrica é o fato de que durante o curso da pandemia foram identificados casos de crianças e adolescentes com uma nova apresentação clínica associada à covid-19, caracterizada por um quadro inflamatório tardio e grave, denominada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).
Em Minas Gerais, foram notificados 174 casos de SIM-P, com três óbitos.