SAÚDE

Paraíso acompanha Minas que bate recorde de casos de covid

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Saúde | 15-01-2022 09:09 | 349
Pessoas devem manter o uso de máscara e outras medidas de proteção contra os vírus em circulação
Pessoas devem manter o uso de máscara e outras medidas de proteção contra os vírus em circulação Foto: Pedro Gontijo

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou 18.153 mil novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas no Estado. É o maior número de casos em um único dia desde o início da pandemia. Também em São Sebastião do Paraíso a quantidade de pessoas apontadas com o diagnóstico positivo continua em crescimento desde o começo do ano. Somente na terça-feira,11, a cidade registrou 527 notificações e 60 casos confirmados, além de 210 em isolamento domiciliar e 866 suspeitos.

De acordo com o Governo de Minas, até então, o maior registro de casos em um só dia em Minas tinha ocorrido em abril de 2021, quando foram notificados 16.479 casos. O número de óbitos notificados foi 11. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira,12, no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde.

O expressivo aumento no número de casos notificados de covid-19 ocorre por fatores como a transmissão comunitária da variante Ômicron, associado às aglomerações nos feriados de fim de ano e o relaxamento das medidas de cuidado, como o uso de máscaras. Além disso, o sistema do Ministério da Saúde apresentou instabilidade durante algumas semanas em função de ataque hacker, causando o represamento de dados.

A previsão é que quarta-feira (12/1), São Sebastião do Paraíso alcançaria a casa de 24 mil notificações desde o início da pandemia. Os mais de 500 registros da terça-feira,11, é considerado um recorde em um só dia. Deste total 60 foram confirmados. A situação reflete diretamente na quantidade de pessoas isoladas que chega a 210 confirmados e 866 tidos como suspeitos que estão sendo monitorados.

Para o prefeito Marcelo Morais estes números são reflexos das aglomerações ocorridas durante as festas e reuniões familiares de natal e fim de ano. Ele ressalta que há uma tendência de que as contaminações possam aumentar ainda mais nos próximos dias. "Não temos condições de atender uma demanda tão grande em curto espaço de tempo de tempo. Nosso sistema está sobrecarregado, os nossos funcionários estão esgotados e temos visto pessoas impacientes reclamando", acrescenta.

Marcelo pediu paciência à população e colaboração para o cumprimento das determinações para evitar a proliferação das contaminações. "Tivemos 58 notificações e o monitoramento identificou que 16 pessoas não estavam cumprindo o isolamento, assim fica difícil", esclarece.

Foi citado ainda que muitas pessoas deixaram de comparecer nos dias de vacinação anteriormente e agora a procura está sendo intensa. "Temos 95,55% do público alvo vacinado com a primeira dose, 87,46% com a segunda e cerca de 15% da população que já recebeu a dose de reforço", enumera.

Contudo, ele tranquilizou a população. "Não precisa haver pânico, estamos monitorando e se preciso for serão abertos mais leitos para atendimento na Santa Casa para os casos que necessitarem de hospitalização", conclui.

Conforme o médico e vice-prefeito Daniel Thales a procura por atendimento aumentou consideravelmente. "Infelizmente é um momento até tenso devido a grande procura de pessoas oriundas rede pública, particular e convênios que estão apresentando sintomas gripais e que está sobrecarregando o nosso sistema", comenta. Ele disse que no município até então não foi detectada a contaminação de pessoas com a variante Ômicron. "No entanto vemos as pessoas apresentando sintomas da gripe comum e da influenza, além da própria covid que se caracteriza pela perda do olfato e do paladar. Estes casos todos cm sintomas gripais estão sendo encarados como covid", observa.

Ele destaca que o fator vacinação tem sido primordial para que o quadro atual não atingisse os números do ano passado, principalmente em relação a internações de longo prazo e os óbitos. "Avançamos com a vacinação e quem tomou as duas doses tem 88% de chance a mais de não ser infectado, enquanto quem tomou uma dose tem 61%. Os casos registrados são de sintomas leves, de internações mais curtas. Mesmo assim os cuidados devem continuar com uso de máscara, álcool gel e distanciamento, uma vez que há casos que podem se agravar" alerta.

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, avalia que, apesar do aumento de casos, a mortalidade causada pela doença e a taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) não aumentaram significativamente. "A única saída para a pandemia é a vacinação. As pessoas vacinadas têm menos risco de serem hospitalizadas e de evoluir para óbito. O cenário demonstra a importância da vacinação para conter as hospitalizações e os óbitos causados pelo coronavírus", conclui.

Baccheretti destaca ainda a necessidade de se manter os protocolos sanitários para evitar a doença: lavagem constante das mãos, uso de máscara e distanciamento social. Tais medidas são necessárias, porque com o aumento dos casos pode elevar também a procura pelos serviços de atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS), causando pressão nos atendimentos.

Ômicron
De acordo com a coordenadoria do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS-Minas), a variante ômicron possui alta transmissibilidade, gerando um aumento expressivo da ocorrência de casos. Até o dia 6 de janeiro, o estado havia confirmado 167 casos da variante, em praticamente todas as regiões. Atualmente, a ômicron já possui transmissão comunitária no estado.