Diferente da semana passada em que Red Bull, Williams, Haas e Alpha Tauri decepcionaram ao mostrar apenas imagens computadorizadas de seus novos carros – apenas a Alfa Romeo mostrou o carro real -, desta vez foi diferente com as apresentações de McLaren, Aston Martin, Ferrari, Mercedes e Alpine.
A McLaren apresentou o MCL60 de Lando Norris e do estreante Oscar Piastri que formarão a dupla mais jovem da temporada com média de idade de apenas 22 anos. A Aston Martin apresentou o AMR23 de Fernando Alonso que chega à equipe como substituto de Sebastian Vettel para formar dupla com o filho dono da equipe, Lance Stroll. O carro é 95% diferente do modelo do ano passado, afirmou Dan Fallow, que assina o primeiro projeto da Aston Martin sob sua supervisão.
A Alpine fechou a temporada de lançamentos como há muito não se via na F1 com grande festa numa casa noturna de Londres para apresentar o A523 que terá dupla de pilotos 100% francesa com Esteban Ocon e o recém contratado Pierre Gasly.
Mas as maiores atenções ficaram por conta de Ferrari e Mercedes, as duas equipes que têm como alvo a Red Bull. A Ferrari não vence um campeonato de pilotos desde 2007 e o de construtores desde 2008, enquanto a Mercedes tenta recuperar o domínio que fugiu de seu controle no ano passado.
A Ferrari fez o que todos deveriam fazer: mandou o carro para a pista enquanto fazia a apresentação ao vivo do modelo SF-23 com os torcedores podendo acompanhar das arquibancadas do circuito particular de Fiorano, na Itália.
Um dos problemas que a Ferrari enfrentou no ano passado, a falta de confiabilidade do motor, recebeu atenção especial do departamento de motores e a equipe aposta numa nova suspensão dianteira, o que segundo Fred Vasseur, novo chefe de equipe, é a principal diferença do SF23 em relação ao modelo do ano passado. Mas chamou atenção a revelação interessante do chefe da área de chassi, Enrico Cardile, que disse ser preciso transferir para o SF-23 o dobro de peças do carro de 2022 por conta do limite do teto orçamentário, algo impensável em anos anteriores quando não havia o limite de gastos na F1. Isso mostra o quanto os engenheiros têm que se virar nos trinta com as novas regras.
A Mercedes não deixa mentir. O W14 nasceu todo preto e recebeu pouca tinta. A maior parte do carro ficou com a própria cor preta da fibra de carbono. O objetivo é reduzir o peso dos carros de Lewis Hamilton e de George Russell em cerca de 3 kg, o que representa algo em torno de um a dois décimos de segundo por volta. Pode parecer pouco, mas quando se briga por milésimos de segundo, é uma diferença a ser considerada.
“É uma volta às origens”, resumiu o chefe, Toto Wolff, para lustrar que no passado, a Mercedes ingressou nas corridas com o carro pintado de branco, mas para diminuir o peso, toda a tinta foi raspada ficando apenas no próprio alumínio, o que valeu o apelido de “Flechas de Prata”, como até hoje a Mercedes é chamada.
Calcula-se que toda a tinha e adesivos aumentam o peso do carro de F1 em 6 kg, o que dependendo da pista pode torná-lo dois décimos de segundo por volta mais lento. O peso mínimo dos carros com o piloto foi mantido nos mesmos 798 kg do ano passado e a maioria das equipes estão acima do peso. Portanto, qualquer gordurinha que se perde passa a ser uma vantagem no cronômetro.
As equipes já estão a caminho do Bahrein, onde acontece os testes de pré-temporada a partir da próxima quinta-feira até o sábado (25). E uma semana depois, lá mesmo, começa a temporada com o GP do Bahrein, abrindo o extenso calendário de 23 corridas.