DENGUE

Minas é o estado com mais casos de dengue no Brasil

Em Paraíso, notificações beiram as duas mil, sendo que 448 pessoas já testaram positivo para a doença
Por: Ralph Diniz | Categoria: Cidades | 29-03-2023 18:41 | 188
Foto: Arquivo

No último sábado, 25, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, declarou que o Estado está em situação de epidemia de dengue. De janeiro até agora, foram registrados quase 47 mil casos confirmados da doença, além de 15 óbitos, sendo que um deles ocorreu em São Sebastião do Paraíso.

Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, Minas Gerais já registrou 46.619 casos confirmados de dengue neste ano, e lidera a quantidade de casos da doença no País. Para se ter ideia do tamanho da crise, no mesmo período do ano passado, foram confirmados 14.135 casos da doença.

E em São Sebastião do Paraíso, a situação também é preocupante. De acordo com os últimos dados divulgados pelo Departamento de Vigilância em Saúde, o número de casos prováveis da doença no município é de 1998 notificações, sendo que 448 são positivos. Além disso, 1093 pessoas que procuraram o sistema de saúde com sintomas de dengue aguardam resultado de exames laboratoriais. Ainda de acordo com o órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde, também foram registrados 149 casos negativos, e 308 pacientes faltaram à coleta de sangue para análise.

Diante dos fatos, Luciano Santana, responsável pelo Departamento Municipal de Controle de Zoonose, faz um alerta para que a população redobre a atenção com possíveis focos de dengue em seus imóveis a partir de agora, já que não chove consideravelmente no município há mais de uma semana. “Esse tempo de estiagem é ainda pior, porque a água da última chuva está parada há muitos dias, e isso permite que as larvas do mosquito de desenvolvam mais facilmente”, explica.

O servidor também recomenda que as pessoas intensifiquem o uso de repelentes, principalmente aquelas que estão com sintomas de dengue. Segundo ele, o aedes aegypt pica o indivíduo enfermo, se contamina e leva a doença para terceiros. “É por isso que quando uma pessoa da família está com dengue, provavelmente todas as outras também estarão”, diz.

Questionado sobre a possibilidade de a prefeitura utilizar o fumacê pelo município, Santana explica que apenas a Superintendência Regional de Saúde pode realizar o procedimento. Ele também diz que, no momento, não há nenhuma informação do governo mineiro sobre o uso desse controle químico na cidade. Passos, que tem quase seis mil casos prováveis da doença e três mortes registradas até agora, começou a receber o fumacê nos últimos dias.

Luciano Santana esclarece que o fumacê é uma estratégia para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti adulto por meio de produtos químicos, contudo, o recurso não é uma alternativa viável para a eliminação de ovos do mosquito, logo não impede a criação de novos insetos. “No momento, a cidade se encontra em epidemia e a maioria das larvas que nascem já estão contaminadas, ou seja, o fumacê não faz milagres. Ele não é ‘salvação da pátria’.

É preciso que as pessoas façam a parte delas, eliminando os focos em seus imóveis”. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são critérios para a passagem do fumacê: o número de casos de dengue notificados, relatórios de infestação do aedes aegypti e, também, o resultado das armadilhas de monitoramento obtidos pela Vigilância.

Há duas semanas, foi divulgado pela imprensa nacional que o insumo para produzir inseticida que mata o mosquito da dengue está em falta no mundo, fazendo com que o Ministério da Saúde ficasse sem o produto químico em seu estoque. De acordo com informações, a situações só deve começar a se normalizar a partir de abril.