Familiares e amigos de Júlio César Donizete Lemos, 44, morto no dia 19 de fevereiro no Jardim Ouro Verde em São Sebastião do Paraíso, protestaram na tarde de quinta-feira (4) em frente ao fórum, momento em que o suspeito de ter praticado o crime era ouvido em audiência. Clamaram “por justiça”, discordando de decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que concedeu liberdade provisória ao suspeito.
A manifestação foi pacífica. Portando cartazes, familiares da vítima afirmaram ter sido “muito cruel o que fizeram com ele”, ressaltando suas qualidades de ser humano como “bom filho e pai de família”, e sugerindo que seja feita melhor análise no processo.
O CRIME
Segundo as primeiras informações divulgadas na véspera do feriado de carnaval, Júlio César Donizete Lemos, de 44 anos, teria invadido a casa da ex-companheira e acabou baleado três vezes pelo atual namorado dela. Ainda de acordo com os relatos, o homem não aceitava o fim do relacionamento e estaria perseguindo a mulher.
No entanto, de acordo com o delegado Rarael Gomes, responsável pelo inquérito, levantamentos e laudo da perícia criminal da Polícia Civil em São Sebastião do Paraíso mudaram os rumos da investigação.
O suspeito dos disparos foi preso em flagrante logo depois do ocorrido. A Polícia Militar o surpreendeu enquanto tentava fugir. À Polícia Civil, o homem contou que havia passado o domingo de carnaval em um sítio junto com a namorada, e ao retornar, por segurança resolveu dormir na casa da companheira, e por volta da meia noite percebeu que Júlio teria invadido o local, e teria efetuado tiros contra ele e que tentou socorrer a vítima.
No entanto, segundo o delegado Rafael Gomes, a perícia concluiu que “toda a contenda ocorreu na garagem da residência e não na cozinha, e que a vítima não adentrou à casa, e aparentemente não pulou o muro ou arrombou portas, porque possivelmente tinha chaves do local. Verificamos com a equipe de médicos legistas que o corpo sofreu três disparos de arma de fogo, sendo dois pelas costas. A cabeça estava com sinais de espancamento, demonstrando indícios que a vítima tinha sofrido agressões”, explicou o delegado.
Gomes contesta também a versão que o suspeito quis socorrer a vítima, conforme alegou. “O corpo foi colocado na caçamba de uma caminhonete, enrolado em lona, e o suspeito fugiu do local, pulou muros e foi capturado em uma casa vizinha do local dos fatos, comportamento que indica que tentaria ocultar o cadáver”, afirmou.