Num curto espaço de 9 dias, a F1 terá disputado três corridas em pista de rua! Mas, como? A Sprint e o GP do Azerbaijão do final de semana passado, e o GP de Miami, quinta etapa do Mundial que acontece amanhã.
Esse tipo de pista costuma ser uma espécie de copo meio cheio, meio vazio; ora entrega corridas movimentadas, ora monótonas. Miami teve muita pompa e badalação fora da pista em 2022, e pouca ação nos 5.412 metros do circuito montado nos arredores do Hard Rock Stadium, a casa do Miami Dolphins, time de futebol americano. Baku também foi assim na semana passada, mas nada tira os méritos das duas grandes vitórias de Sergio Pérez, tanto na sprint do sábado, quanto na corrida principal do domingo, neutralizando qualquer possibilidade de ataque de Max Verstappen que acabou sendo prejudicado por um Safety Car que entrou na pista pouco depois de ter feito o seu pit stop.
Mas o final de semana tinha mesmo que ser de Pérez, que tem grande afinidade com o circuito de 6.003 metros. O mexicano subiu pela 5ª vez no pódio em Baku, e tornou-se o primeiro piloto a repetir vitória no GP do Azerbaijão, já que havia vencido também no ano passado. Pérez já começa a ser chamado de “rei das pistas de rua”, com 5 de suas seis vitórias na F1 conquistadas em circuitos urbanos: Baku 2021 e 2023, Mônaco/2022, Cingapura/2022 e Jeddah/2023. A exceção foi o GP do Bahrein de 2020.
O tema de discussão do GP do Azerbaijão foi o novo formato para os finais de semana de corrida sprint que serão seis ao longo do campeonato com as próximas disputas programadas para os GPs da Áustria, Bélgica, Qatar, Estados Unidos e São Paulo.
Mudanças sempre são bem-vindas e é válido a tentativa de ver no que dá. Mas confesso que nunca fui fã das corridas sprint de sábado, e acompanhando o trabalho de alguns jornalistas da imprensa internacional que vão a todas as corridas, me surpreendi com os resultados de suas pesquisas com a maioria das pessoas reprovando esse tipo de competição, e o novo formato. Talvez seja preciso esperar a próxima programação de corrida rápida para tirar melhor conclusão. Talvez o circuito de Baku não seja (e não é) o local ideal para o tipo de competição. A verdade é que não me agradou. Não aconteceu nada de arrancar suspiros, de prender a respiração. Corrida sprint até agora só deu certo em Interlagos, não por acaso, a única pista escolhida pela terceira vez.
Há detalhes que precisam ser revistos no regulamento. Acho um absurdo a definição do grid para a corrida de domingo ser disputada numa sexta-feira quando a maioria dos fãs da F1 estão no trabalho, no trânsito ou na escola, assim como os carros entrarem em regime de parque fechado após o único treino livre da sexta-feira e não poderem ser mexidos no restante do final de semana sob pena de o piloto ter que largar dos boxes.
Dito isto, o GP de Miami acontece no formato tradicional, com as duas sessões de treinos livres realizadas ontem, o terceiro treino livre hoje às 13h30, a classificação às 17h, e a largada para a corrida amanhã às 16h30. Max Verstappen lidera o campeonato com 93 pontos, apenas 6 a frente do companheiro de Red Bull, Sergio Pérez que descontou 7 pontos com o desempenho irretocável no Azerbaijão, e mandou um recado para o chefe da equipe, Christian Horner, de que poderia ser o líder do campeonato se não tivesse enfrentado problemas de freios na Austrália.
Até aqui são duas vitórias para cada lado, mas é difícil acreditar que Pérez possa desbancar o favoritismo de Verstappen que tem todas as regalias da Red Bull, ainda que Horner garanta que os dois estão livres para disputar vitórias entre si.
A vantagem da Red Bull é grande sobre os adversários, ainda que a Ferrari tenha renascido com as duas poles de Leclerc em Baku, na sprint e na corrida. Mas Pérez tem cumprido à risca o que se espera de um segundo piloto: agarrar com todas as forças as chances de vitória que surgir pelo caminho. Foi o que ele fez com muita precisão em Jeddah, e no domingo passado em Baku.