ABANDONO

Leitora denuncia “situação de abandono” da capela do Morro do Baú

Segundo a popular, local apresenta sérios problemas estruturais e precisa de cuidados; Secretaria de Cultura e Conselho do Patrimônio Cultural se manifestam
Por: Ralph Diniz | Categoria: Cidades | 25-07-2024 15:28 | 1115
Foto: Arquivo 2007

Após publicação de reportagem a respeito de uma controvérsia envolvendo modificações do patrimônio histórico e cultural na Igreja de Nossa Senhor do Sion, em São Sebastião do Paraíso, uma leitora entrou em contato com o Jornal do Sudoeste, cobrando das autoridades o mesmo cuidado e preocupação com a capela do Morro do Baú que, segundo ela, está em “situação de abandono”.

De acordo com a denunciante, a capela do Morro do Baú está com o seu estado de conservação precário, com sérios riscos de desabamento. A edificação sacra apresenta problemas de calha, telhado e estrutura e precisa de uma reforma com urgência. Atualmente, o prédio encontra-se fechado para visitações. Ela pede para que a prefeitura e o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Paraíso tomem frente do assunto, da mesma forma com que estão fazendo com a situação da igreja do Sion.

A situação chegou a ser debatida durante uma sessão da Câmara Municipal, realizada no mês passado, onde o vereador Antônio Picirilo levantou questão sobre o estado do Morro do Baú, incluindo sua capela e entorno, onde fica o mirante do Cristo Redentor.

Segundo Picirilo, o local encontra-se em estado de abandono, com estruturas essenciais comprometidas e falta de cuidado adequado. “O Morro do Baú, onde é tão questionado hoje, está praticamente abandonado. A Capela está amarrada de arame, com entrada proibida, e o mirante do Cristo Redentor também sofre com o mato que cresce ao seu redor, criando riscos de incêndio,” detalhou o vereador naquela oportunidade.

Diante da situação, a reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e com o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, a fim de saber se existe algum projeto para a capela. De acordo com o secretário de Educação e Cultura, Lucas Cândido “o Morro do Baú de Santa Cruz foi tombado em 1971, como um conjunto paisagístico, o qual está retratado no brasão de armas do município. Em 2014 o Conselho do Patrimônio Cultural destinou recursos e a prefeitura revitalizou todas as estruturas existentes, inclusive a via de acesso, porém a partir de 2022, o morro está envolvido em uma situação a respeito de quem pertence o seu direito de propriedade, pois um cidadão afirmou ser o real proprietário do conjunto paisagístico e apresentou alguns documentos que estão sendo averiguados e até o presente momento não foi fechado de quem pertence de fato. Neste caso o Conselho do Patrimônio Cultural e a prefeitura aguardam o desfecho para tomar as devidas providências, pois se for propriedade particular a manutenção passa a ser do proprietário e não mais do poder público”.

Marcos Antônio Zanin, presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural explica que, no caso a pessoa que reivindicou as terras do Morro do Baú realmente seja o proprietário do local, o conselho pode exigir que ele realize a reforma na igreja e em seu entorno. Se a pessoa comprovar que não possui recursos financeiros para tais obras, o órgão é quem deve ficar a cargo de fazer os reparos e melhorias. Zanin ainda informa que o assunto será debatido na próxima reunião do conselho, a ser realizada nas próximas semanas.