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Pai Herói

Por: . | Categoria: Do leitor | 07-08-2024 00:03 | 1128
Foto: Arquivo

Certa vez, um homem bem jovem teve um filho. Assim que o menino nasceu pensou: - Quero dar o melhor para este meu filho. Talvez, um dia quando eu já for idoso, ele será a razão do meu viver. Estará presente em minha velhice.

Vou trabalhar muito, dia e noite, para dar a ele os melhores colégios internos e universidades. Ele será rico e consequentemente feliz!

Assim fêz, trabalhou muito!... Não tinha tempo para o filho, mas enquanto pequenino a babá cuidava.

O menino passou as primeiras infâncias sem a presença do pai.

Já n pré-adolescência, aos onze anos, o menino foi diagnosticado com problemas emocionais etc...

O pai comunicou aos diretores do colégio, que encaminhassem o menino para os psicólogos e psiquiatras mais conceituados, "ele podia pagar"!

Os anos passaram. O menino transformou-se me um rapaz e formou-se em medicina. Deu um tempo.

Aos quarenta anos começou a clinicar em um lugar bem na periferia. Lá os pacientes eram bem carentes também, pois inúmeros motivos.

Ele era um médico amargo, sempre carrancudo, não realizado nem na profissão nem consigo próprio. Era o retrato da amargura. Não sabia sorrir. Não viveu momentos felizes.

O tempo passou. Certo domingo era dia dos Pais. O pai do médico também sentindo-se abandonado, já na terceira idade pensou: - Puxa, hoje é Dia do Pais e meu único filho não veio me visitar nem deu-me um telefonema. Vou ligar para ele. Ligar, pois "olhos nos olhos" nunca houve.

Puxa meu filho você se esqueceu que hoje é Dia dos Pais? O filho respondeu: Oi meu velho, esqueci porque estou trabalhando muito, não tive tempo. Eu copio à risca todo o seu exemplo: - você me abandonou quando eu mais precisei, na infância! O pai com a voz embargada pelo choro disse: - Meu filho, me perdoe, eu fiz tudo errado achando que estava acertando. O filho também chorando disse: - Meu velho, eu precisei tanto de um pai que estivesse presente todos os dias de minha infância.

Quantas vezes, lá no internato durante a noite eu chorava sua ausência, eu sentia medo, me agarrava a um ursinho de pelúcia, e nenhuma babá substiuia você! Eu precisei tanto do seu colo, do seu abraço de pai! Eu quis tanto que você brincasse de carrinhos no chão comigo! Que você contasse de carrinhos no chão comigo! Que você contasse estorinhas para e dormir nos seus braços. Que você tivesse jogado bolas comigo! Eu quis tanto ter ido tomar sorvete com você. Quis tanto ter ganhado uma balinha das suas mãos!

Eu quis tanto ter podido, ter te chamado de: - Meu Pai... Meu Heroí!

- MARENE LIZARELI PAES - Profª. Formada pela UEMG em Letras: Português, Inglês e suas literaturas