CRÔNICA - Joel Cintra Borges

Fleming e a penicilina

Por: Joel Cintra Borges | Categoria: Cultura | 30-10-2017 08:10 | 3110
Foto: Reprodução

Dr. Alexander Fleming, médico e bacteriologista escocês, ao voltar a seu laboratório após alguns dias de descanso, notou que uma de suas culturas de estafilococos (um tipo de bactéria) havia se contaminado com fungos da atmosfera, porque sua tampa escorregara.
Aborregico, estava a ponto de jogar o material fora, quando a curiosidade o fez examiná-lo com mais atenção. Surpresa: onde os fungos, ou bolores do ar, haviam crescido, as bactérias em volta haviam sido destruídas! Sua mente de cientista altamente preparada percebeu instantaneamente a importância daquele acontecimento, aparentemente fruto do acaso: alguma secreção daqueles bolores matava as bactérias. 
Como os fungos que haviam crescido em sua placa eram do gênero Penicillium, ele deu a essa substância o nome de Penicilina. Estavam descobertos os anibióticos, de tão grande importância namedicina moderna.
Esse acontecimento ocorreu no St. Mary " s Hospital de Londres, no ano de 1928.
Como a maioria dos médicos se recusavam a tratar os fermentos dos seus pacientes com "mofo" e os recursos do Dr. Fleming eram escassos, a penicilina só foi isolada, ainda assim parcialmente, em 1938, por outros pesquisadores. Ela foi, então, testada em ratos previamente contaminados, dando resultados satisfatórios.
Em 1940, a nova droga foi aplicada pela primeira vez em duas pessoas com forte infecção. Embora ainda impuro e de difícil manejo, o medicamento conseguiu salvar a vida de um dos pacientes.
Com o avento da Segunda Guerra Mundial, a necessidade fez com que equipes de cientistas produzissem a penicilina em larga escala, conseguindo ainda juntá-la a sais, o que facilitou seu uso, possibilitando a cura de milhares de pessoas.
Foram então pesquisados outros microrganismos e as substâncias que produziam, descobrindo-se uma gama enorme de antibióticos, cuja importância dispensa comentários.
Uma curiosidade: quinhentos anos antes da era cristã, os chineses já usavam coallhada de soja embolorada para curar ferimentos de pessoas. Vários outros povos da antiguidade, tratavam feridas com pão mofado. De onde provinha essa ideia, seria uma espécie de intuição.