Um japonês comprou um sítio e dedicou-se a plantar melancias. Em pouco tempo estava produzindo belíssimos frutos, que alcançavam ótimos preços no mercado.
Observando seu progresso, o vizinho também resolveu cultivar melancias. Como pouco sabia a respeito, pediu ao oriental todas as informações: marca das sementes, adubos, inseticidas e demais cuidados. O japonês nada lhe negou, pelo contrário, mostrou-lhe tudo, explicando-lhe cada passo de seu trabalho.
A pessoa, então, já sonhando com o dinheiro que ganharia, inicia sua plantação. Compra as mesmas sementes, o mesmo fertilizante, cuida da terra aparentemente da mesma forma. Logo, porém, vem a desilusão: enquanto os frutos do primeiro quase estouram de tamanho, os seus ficam mirrados, ou melam e apodrecem.
Sem compreender o que estava acontecendo, ele volta a conversar com aquele homem de olhinhos quase fechados, sempre atarefado, mas, paradoxalmente, sempre tranqüilo. Pergunta-lhe então o que ele punha em suas plantas para que elas crescessem tanto, com tal viço e formosura. E ouve a resposta:
— Amor!
O que o principiante não via, em seu imediatismo, era o carinho que o japonês dedicava aos pés de melancia. O cuidado que ele tinha com cada broto, com cada folha, na hora de carpir a terra. A atenção diária, arrancando com as mãos ervas daninhas que começavam a nascer, ou chegando terra a uma plantinha mais fraca. E o fluido bom que ele, imperceptivelmente, passava para sua cultura. Era apenas isso, era tudo isso, que ele resumiu em uma única palavra: amor.
Eis a força milagrosa capaz de modificar os mundos, capaz de modificar o Universo. Eis o sentimento ante o influxo do qual tudo transmuda, tudo responde!