Autoridades de São Sebastião do Paraíso e de cidades que fazem parte da microrre-gião assistida pela Santa Casa de Misericórdia do município estiveram reunidas na tarde de segunda-feira (16/7) para discutir a atual situação da Saúde no Estado de Minas Gerais e as consequências que a instituição pode vir a sofrer caso Governo do Estado continue com o não repasse de verbas aos municípios. A reunião mobilizou autoridades a criar um plano de ação para buscar em conjunto solução a fim de cobrar a dívida que o estado e os municípios têm com a instituição. Segundo informa a Santa Casa, esse valor chega a R$13,5 milhões, computados até o mês de junho de 2018.
Conforme ressaltou o interventor da Santa Casa, Adriano Rosa do Nascimento, a situação é muito grave e se continuar da forma como está, o hospital corre o risco de ter que fazer cortes no atendimento à população. “A convocação desta reunião foi para podermos buscar solução para que isto não aconteça. Estamos lidando com vidas e não podemos ser omissos e irresponsáveis de deixar de informar a real situação que hoje vivemos em nossa Instituição. Como gestor, é minha obrigação buscar soluções para resolver os problemas da instituição”, ressaltou Nascimento.
De acordo com o prefeito Walker Américo Oliveira, grande parte desta dívida apresentada pela Santa Casa é do estado que “não tem honrado com seus compromissos”. “A reunião foi para que, juntos, discutíssemos um caminho para manter o funcionamento das especialidades da Santa Casa. Acontece que todos os municípios estão com a corda no pescoço, mas apesar disto estamos cumprindo com nossas obrigações, em especial São Sebastião do Paraíso com a Santa Casa”, destaca o prefeito.
O prefeito ressalta ainda que o município tem pago à Santa Casa mensalmente R$ 151 mil, fruto de dívida da gestão anterior com o hospital. “Todos os repasses que vêm destinados à Santa Casa são imediatamente passados ao hospital e temos cumprido com nossa obrigação de efetuá-los, o que é um direito do hospital. Mas o grande gargalo que tem ocorrido é que outros municípios que utilizam das especialidades atendidas pela Santa Casa também terão que dar sua contribuição. É obrigação do estado, mas infelizmente ele não cumpre e todos os nossos munícipes precisam desses atendimentos”, destaca.
Segundo ressalta Walker, o caminho é todos os gestores desses municípios sentarem-se e levarem suas demandas e apresentarem o que podem contribuir com o termo de rateio do município de São Sebastião do Paraíso com a Santa Casa. “Tudo isso aconteceria de forma compartilhada, não adianta somente Paraíso contribuir e custear outros municípios. Temos que contribuir, proporcionar nossa utilização, assim como Jacuí, Itamogi, Monte Santo de Minas, e São Tomás de Aquino. Caso contrário ficará difícil continuar proporcionando esse atendimento. Mas vamos buscar juntos dar as mãos e ver o que é melhor para manter a Santa Casa viva e não fechar as especialidade, já que o Estado não cumpre com seu dever”, completa.
Uma nova reunião acontece nesta quinta-feira (19/7), na sede do Ministério Público de Minas Gerais da comarca de São Sebastião do Paraíso entre a comissão de intervenção da Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso e representantes de municípios da microrregião, que devem apresentar à promotora da 5º Promotoria de Justiça, Manuella de Oliveira Nunes Maranhão Ayres Ferreira, soluções de cada município e iniciarem um plano de ação imediato para a resolução do problema.
Além da comissão Interventora da Santa Casa, composta pelo interventor Adriano Rosa do Nascimento, Fernando Montans Alvarenga, vice-Interventor, e os membros da comissão, Luiz Pessoni e Maria Hortência, também estiverem presente à reunião a promotora de Justiça Manuella Ferreira, o prefeito Walkinho, o secretário de saúde, Wandilson Bícego, os vereadores Marcelo de Morais e Cidinha Cerize representando a Câmara Municipal, além de e prefeitos, vices, secretários de Saúde e representantes dos municípios que fazem parte da microrregião atendida pela Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião do Paraíso.