A Haas fará história com a primeira engenheira de corrida na F1
Bem-vindas ao mundo que já foi tachado de machista e nunca
foi por menos. As mulheres estão cada vez mais conquistando seu espaço na F1
por absoluta competência. Nesta semana a equipe Haas anunciou a alemã Laura
Muller como a primeira mulher a ocupar o cargo de engenheira de corrida na
história da categoria. Laura foi promovida de engenheira de desempenho ao cargo
que é um dos mais altos na hierarquia dos engenheiros de cada equipe.
O cargo que ela ocupará a partir desta temporada consiste em
uma das funções mais importantes para o desenvolvimento e desempenho de um
carro de corrida em trabalho conjunto com o piloto. A jovem alemã trabalhará
com o francês Esteban Ocon, ex-Alpine, que será um dos pilotos da Haas. O outro
piloto será o promissor Oliver Bearman que terá o britânico Ronan O´Here como
engenheiro de corrida.
Laura é formada pela Universidade Técnica de Munique e
ingressou na F1 em 2022 para trabalhar no simulador da equipe norte-americana e
foi conquistando o seu espaço. O chefe da equipe, Ayao Komatsu, fez questão de
destacar a capacidade de Laura Muller: “Ela não foi escolhida pelo fato de ser
mulher. Você simplesmente não se importa com nacionalidade e nem com gênero. O
que importa é o que você pode oferecer e como se encaixa na equipe e como você
pode maximizar desempenhos”. E disse mais: “Quando você vê um problema, ela vai
fundo e não para na primeira resposta. Quando Laura encontra a primeira
solução, ela sabe que há mais dez novas questões para responder”.
A Haas está passando por uma reestruturação agora com o
japonês Komatsu completando o seu primeiro ano no comando da equipe. Ele
ressalta que desde o início do ano passado sentiu que um dos pontos fracos da
Haas estava relacionado à equipe de pista. A equipe tinha o quinto carro mais
rápido do campeonato (a Haas largou entre os dez primeiros em 14 das 24
corridas, dez delas com Nico Hulken-berg), mas terminou o campeonato na 7ª
colocação, o que para Ayao Komatsu ficou comprovado que quanto mais o carro
evoluia, as fraquezas da equipe operacional de corrida ficava evidente. Daí a
necessidade de mudanças.
O chefe da equipe destacou que este será o primeiro ano em
que a Haas terá orçamento suficiente para atingir o teto orçamentário de US$135
milhões da F1. Junto à promoção de Laura Muller (a voz dela será ouvida durante
as transmissões nas conversas de rádio com Esteban Ocon), outra mulher, a
francesa Carine Cridelich, contratada junto à Red Bull, será a nova estrategista
chefe da Haas a partir de primeiro de março.
Já o cargo de Carine não é inédito entre as mulheres na F1
como o de Laura Muller, mas também de grande importância. A nova função de
Carine já é muito bem desempenhada por Hanna Schmitz, na Red Bull, uma das responsáveis
por muitas vitórias de Max Verstappen. A Sauber também já teve Ruth Buscombe
como estrategista, assim como a Aston Martin que tinha até pouco tempo o
trabalho competentemente desempenhado por outra mulher, Bernie Collins, estas
duas últimas hoje atuam como comentarista das transmissões inglesas da Sky
Sport.
E por falar em mulheres, em sua estreia oficial como piloto
da Ferrari, Lewis Hamilton resgatou a parceria com uma velha conhecida, a
neozelandesa Angela Cullen, que por muitos anos foi treinadora e fisioterapeuta
do hepta-campeão.
É louvável ver o talento feminino surgindo e ocupando cargos
de liderança que até pouco tempo eram desempenhados apenas por homens dentro
das equipes de F1.