Max Verstappen foi cirúrgico na largada em Imola

Na corrida de número 400 da Red Bull na F1, Verstappen colocou a cereja no bolo com uma espetacular ultrapassagem sobre Piastri para vencer pela 4ª vez seguida em Imola
A espetacular ultrapassagem de Verstappen (E) na largada em Ímola sobre Piastri (D) Foto: F1

Naquela que provavelmente foi a última corrida em Ímola que deverá deixar o calendário da F1, Max Verstappen fez história ao vencer pela 4ª vez consecutiva em Imola, no dia em que a Red Bull completou 400 GPs. Foi a 65ª vitória do holandês na F1.

Na largada, Verstappen chegou a cair para 3º por alguns metros, mas aproveitou de um pequeno vacilo do pole position, Oscar Piastri, na Tamburello, local onde Ayrton Senna perdeu a vida há 31 anos (curva que hoje tem outro desenho) para dar o bote e fazer uma ultrapassagem espetacular que merece ser vista e revista várias vezes. Foi mais uma daquelas vitórias em que o holandês tirou leite de pedras numa pista em que a Red Bull não era favorita, e sim as McLaren que terminaram em 2º com Lando Norris e 3º com Piastri que foi infeliz na estratégia errada, mas ainda assim continua líder do campeonato.

Partindo da 2ª posição do grid, Verstappen tinha uma única chance por se tratar de uma pista difícil de ultrapassar: jogar tudo na largada, e foi o que ele fez com precisão. A partir daí comandou a corrida e nem o Safety Car que neutralizou a vantagem que ele tinha de mais de 30s sobre o 2º colocado, pôs a vitória em risco. 

Correndo no quintal da fábrica que fica muito próxima de Ímola, a Ferrari viveu um fim de semana de copo meio cheio, meio vazio. Depois de um sábado horroroso em que nenhum de seus carros avançaram para o último bloco da classificação, o Q3, em que Charles Leclerc largou de 12º, uma posição à frente de Lewis Hamilton, o domingo foi de alívio - pelo menos para Hamilton - com um ótimo 4º lugar. O mesmo não pode ser dito por Leclerc que ficou frustrado com a 6ª posição depois de perder uma disputa pelo 5º lugar com Alex Albon em outro grande desempenho com a Williams.

Ímola é uma dos poucos circuitos raízes remanescentes da F1, mas a pista estreita e com infraestrutura bem antiga, já não comporta o tamanho dos carros e tampouco o da própria estrutura da F1. Depois do último GP de San Marino, disputado em 2005, Ímola voltou ao calendário em 2020 como tampão para completar o calendário no auge do Covid-19 devido ao cancelamento de várias corridas, e permaneceu até agora com a denominação de GP da Emilia Romagna. Mas sem contrato para 2026, tudo indica que a corrida do domingo passado tenha sido a última. Pelo menos fechou o ciclo com chave de ouro com uma ótima prova que superou as expectativas de monotonia por conta das dificuldades de ultrapassar. Pelo contrário, foi um GP movimentado com várias ultrapassagens, algumas estratégias equivocadas, como a de Piastri em fazer dois pit stop quando o mais indicado era uma parada para troca de pneus. Ímola vai deixar saudades apesar das lembranças ruins de 1994.

A F1 prossegue neste final de semana com o GP de Mônaco, 8ª etapa do campeonato. No ano passado a corrida foi tão chata pela falta de disputa no circuito mais estreito do calendário, que também não comporta mais os carros da F1 que cresceram muito de tamanho nos últimos anos com as mudanças de regulamento. Uma alternativa para evitar outra corrida sonolenta foi a obrigatoriedade de todos os pilotos fazerem dois pit stops para troca de pneus como tentativa mexer com as estratégias e trazer mais emoção para as 78 voltas da prova. Mas se vai dar certo ou não, eis a questão.

Apesar de todo o glamour que cerca a corrida, o GP de Mônaco já foi muito mais interessante de assistir quando tornava seus vencedores heróis locais, como Ayrton Senna, o maior vencedor nas ruas do Principado com seis vitórias.

Oscar Piastri lidera o campeonato com 146 pontos contra 113 de Lando Norris e 124 de Max Verstappen. No Mundial de Construtores a McLaren está mais folgada na frente com 279 pontos contra 147 da Mercedes que teve um final de semana ruim em Ímola, e 131 da Red Bull.

DOMINGO É DIA DE 500 MILHAS DE INDIANÁPOLIS
Robert Shwartzman escreveu um conto de fadas para as 500 Milhas de Indianápolis deste domingo, ao desbancar os favoritos e conquistar a pole position em sua primeira participação, assim como de sua novata equipe Prema no templo do automobilismo. O último estreante a fazer a pole em Indianápolis foi o italiano Teo Fabi foi em 1983. A mais espetacular prova do automobilismo começa às 13h30 com transmissão ao vivo das TVs Cultura e ESPN.