Terno de Congo Bela Vista: Fé, Tradição e História desde 1968

Em maio
de 1968, um encontro informal entre amigos no bar do Neca Rocha, no bairro Bela
Vista, em São Sebastião do Paraíso, se tornaria um marco na história cultural e
religiosa da cidade. Inspirados por um chamado, José Salvador Eustáquio (Gorvalho),
Marcílio Colósio, Nestor Rodrigues, Alcides Lucas (conhecido como Delegado) e
Benedito Rosa (Ditão) decidiram fundar um novo terno de Congo. A partir daquela
noite, nascia o Terno de Congo Bela Vista — um grupo que se tornaria símbolo de
devoção, tradição e resistência cultural.
O
primeiro capitão do terno foi José Salvador Eustáquio, que dedicou 22 anos à
liderança do grupo, tornando-se uma referência para várias gerações de
congadeiros. Desde sua origem, o Terno de Congo Bela Vista sempre priorizou o
cumprimento rigoroso dos compromissos religiosos, entendendo e preservando o
verdadeiro significado da Congada e do Moçambique como expressões de fé e
devoção.
São
Domingos de Gusmão foi adotado como padroeiro do grupo, reforçando seu
compromisso com a espiritualidade. Com mais de 100 integrantes, o Bela Vista se
apresenta em festas religiosas em São Sebastião do Paraíso, no distrito da
Guardinha e em Santo Antônio da Alegria, no estado de São Paulo, mantendo viva
a chama da tradição há mais de cinco décadas.
Desde maio de 2019, o terno é comandado pelo capitão Luiz Fernando Pereira, tendo Jean como segundo capitão. Luci Aparecida Fidélis Souza, que preside o grupo há 20 anos, é outra figura central na continuidade e organização da Congada.
O Terno
de Congo Bela Vista ostenta com orgulho as cores azul e rosa, e conquistou o
título de campeão das Congadas de São Sebastião do Paraíso em dezembro de 2011,
na última edição do concurso realizado até hoje.
Fundado oficialmente em 28 de maio de 1968, o Bela Vista é mais do que um grupo folclórico: é expressão viva da cultura afro-brasileira, da fé popular e do espírito comunitário que une gerações em torno de uma mesma devoção.