Golpista se passa por policial em Paraíso e engana comerciantes de delivery
Investigador Roney Vilaça detalha o golpe e orienta vítimas a registrar ocorrência; cerca de cinco casos já foram identificados no município

Comerciantes do setor de delivery em São Sebastião do Paraíso têm sido alvo de um estelionatário que se apoia no nome e na imagem da Polícia Civil para ganhar credibilidade. O autor cria um perfil falso no WhatsApp com a foto de um policial, faz pedido de alimento e determina que a entrega seja feita na própria Delegacia. Na etapa do pagamento, simula um problema e induz o comerciante a enviar “troco” via Pix. A 4ª Delegacia Regional apura cerca de cinco ocorrências com o mesmo modus operandi no município.
O
esquema se repete com variações mínimas. Primeiro, o estelionatário informa que
pagará por cartão de crédito. Em seguida, alega que o cartão “bloqueou” e diz
ter apenas uma nota de R$ 200. Para “agilizar”, pede que o troco seja
transferido por Pix antes da entrega. O pagamento prometido nunca chega — e o
comerciante fica no prejuízo.
Em
entrevista ao Jornal do Sudoeste, o investigador Roney Vilaça descreveu
o passo a passo do golpe: “O estelionatário usa a foto de um policial civil,
entra em contato com estabelecimentos de delivery e informa que pagará no
cartão. Depois diz que o cartão bloqueou, que tem uma nota de R$ 200 e solicita
que o troco seja enviado por Pix. O comerciante faz a transferência e não
recebe o pagamento.”
Segundo
Vilaça, práticas semelhantes já foram registradas em outras cidades e,
recentemente, chegaram a Paraíso. A armadilha explora dois gatilhos: autoridade
e pressa. “Os golpistas se aproveitam da confiança dos comerciantes e do ritmo
corrido do delivery para aplicar o golpe”, afirmou. Ele reforça que nenhum
policial civil usa o nome da instituição para pedidos particulares e que foto
de perfil não comprova identidade: “É preciso desconfiar sempre que alguém
pedir troco antecipado por Pix.”
Para
quem já foi vítima, a orientação é procurar imediatamente uma unidade policial
e registrar a ocorrência. “É fundamental comunicar o fato para que possamos
adotar as medidas necessárias e identificar os responsáveis”, disse o
investigador. Guardar prints da conversa, comprovantes de transferência e dados
do número de telefone ajuda a investigação. Em paralelo, é recomendável
contatar o banco para relatar a fraude e tentar bloquear movimentações
atípicas.
Na
prevenção, a Polícia Civil indica verificação prévia quando houver qualquer
dúvida: confirmar diretamente com a Delegacia pelos canais oficiais antes de
deslocar o entregador; recusar transferências de troco; e manter o pagamento no
ato da entrega por meios seguros já adotados pelo estabelecimento. “Quando algo
fugir do procedimento normal, a regra é simples: pare, cheque e confirme”,
resumiu Vilaça.
A
4ª Delegacia Regional informa que segue em diligências para apurar autoria e
circunstâncias dos fatos. Novos casos ou tentativas devem ser comunicados sem
demora, pois, a rápida notificação facilita o trabalho investigativo e ajuda a
interromper o ciclo do golpe.