Presidente da Câmara cobra soluções para burocracia que trava pequenos produtores rurais
Lisandro Monteiro critica dificuldades impostas pelo IMA e pede apoio de deputados da região

Durante
o grande expediente da sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira, 15 de
setembro, o presidente Lisandro Monteiro voltou a cobrar soluções para as
dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores rurais de São Sebastião do
Paraíso e região.
Ele
destacou que, apesar dos incentivos recebidos por agricultores, apicultores e
piscicultores, a burocracia para obtenção de registros e selos de inspeção
continua impedindo a comercialização formal de produtos como mel, peixe, carne
e derivados. “De que adianta doar caixa de abelha, peixe ou qualquer outro
incentivo, se depois o produtor não tem como vender porque o IMA não dá
condições para colocar no mercado?”, questionou.
Lisandro
lembrou que acompanha essa pauta há cerca de nove anos e citou a atuação dos
deputados da região, Emidinho Madeira (federal) e Antônio Carlos Arantes
(estadual), que têm apoiado produtores locais com doações e estímulo à
atividade.
Porém,
segundo o presidente, sem regulamentação no Instituto Mineiro de Agropecuária
(IMA) os produtos acabam ficando restritos e, em alguns casos, são retirados
das prateleiras dos supermercados, causando prejuízo direto às famílias
produtoras. “Hoje vemos carne, leite e mel sendo retirados dos supermercados.
Isso gera prejuízo e inviabiliza a renda de quem depende da produção para
complementar o sustento da família”, completou.
O
presidente ainda citou casos de empreendedores que investiram alto em estrutura
para formalizar a produção, mas não conseguiram atender às exigências. “Teve
produtor em Guardinha que gastou R$ 500 mil para montar a fábrica de torresmo e
até agora não conseguiu liberar o produto. Eu mesmo já enfrentei essa
dificuldade no setor de carnes, onde atuo como empresário. O nível de
exigências é tão alto que chega a ser inviável para o pequeno”, afirmou.
Também
mencionou a situação de um apicultor local que acumula grande quantidade de
produto sem conseguir colocar no mercado. “Tem produtor com cerca de 400 litros
de mel estocados porque não pode vender. É dinheiro parado, é produção que não
chega ao consumidor, e isso não pode continuar”, destacou.
Lisandro
defendeu que o Estado adote uma política mais acessível para os pequenos
produtores, a exemplo do licenciamento sanitário de microempresas pela
Vigilância Municipal. “Não estou pedindo nada fora da lei. Tem que ter
fiscalização, tem que ter selo, mas que seja algo possível de alcançar. Se
continuar assim, o pequeno produtor não consegue vender e quem ganha são só os
grandes frigoríficos de fora”, disse.
Ao final, o presidente teve seu aprovado pelo plenário requerimento solicitando o envio de ofício à Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e à Secretaria Estadual de Agricultura, cobrando medidas para simplificação do processo de regularização e comercialização dos produtos locais.