Comissão de Direitos Humanos da Câmara trata de situação no presídio local com secretário estadual

A
Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, composta pelas vereadoras
Daiane Andrade e Laís Carvalho, foi procurada por diversos familiares de
detentos do presídio de São Sebastião do Paraíso. Foram relatados transtornos
causados pela mudança no dia de visita aos custodiados, transferida do fim de
semana para os dias úteis, dentre outras demandas.
A
comissão, ao receber os relatos, reuniu-se com a direção do presídio para ouvir
os gestores e compreender o cenário local. Na ocasião, também foi relatada a
grave falta de efetivo de policiais penais, que tem causado sobrecarga de
trabalho, riscos à segurança e dificuldades na gestão de pessoal da unidade
prisional.
A
vereadora Daiane Andrade conseguiu, por meio do deputado Antônio Carlos
Arantes, reunião no dia 13 deste mês, por videoconferência, com o secretário de
Segurança do Estado de Governo de Minas Gerais, Rogério Greco, para tratar das
demandas apresentadas.
Durante
o encontro, as vereadoras Laís Carvalho — presidente da Comissão de Direitos
Humanos — e Daiane Andrade apresentaram um panorama da situação, destacando a
necessidade de medidas urgentes para recompor o quadro funcional e assegurar
condições dignas de trabalho aos policiais penais e profissionais de
assistência que atuam na unidade, além de garantir o direito constitucional de
ressocialização dos internos, que inclui o convívio familiar.
“O
direito constitucional de ressocialização, que inclui o convívio por meio da
visita familiar, não pode ser cerceado pela falha na prestação de serviço do
Estado. Além disso, a punição está sendo estendida aos familiares no momento em
que não conseguem visitar um filho, um esposo, um irmão ou um pai. É
fundamental que o presídio tenha condições adequadas para atender detentos,
familiares e servidores de forma segura e digna a família não cometeu crime.
Privá-la do convívio é estender a pena para quem já sofre, é punir mães,
esposas, pais e, principalmente, crianças que não têm culpa de nada. – Relatou
a vereadora Laís Carvalho, presidente da Comissão de Direitos Humanos.
Segundo
ela, a comissão recebeu relatos comoventes, como o de crianças autistas que
regrediram no tratamento por não poder ver o pai, e de mães que choram em
silêncio por não conseguir visitar seus filhos devido à incompatibilidade de
horários de trabalho. “São histórias de dor, saudade e desespero que revelam
que a ausência de visitas é mais uma forma de sofrimento coletivo”, completou.
A
vereadora Daiane Andrade destacou, por sua vez, que a comissão tem atuado não
apenas pela garantia dos direitos dos familiares e das pessoas privadas de
liberdade, mas também pela valorização dos servidores da segurança pública.
“Estamos lutando para assegurar condições dignas de trabalho aos profissionais
que atuam no presídio local. A segurança pública da nossa cidade é prioridade
para esta comissão”, afirmou.
Toda demanda também foi formalizada junto ao Governo do Estado por meio de ofício protocolizado, garantindo que a solicitação fosse registrada oficialmente e recebesse atenção institucional adequada. (por Rubens Avellar)