Acidente reacende debate sobre segurança no trecho da MGC-491 em frente a atacarejo
Vereadores cobram obras de adequação e pedem que DER e direção do ABC prestem esclarecimentos à Câmara

O
grave acidente ocorrido no último fim de semana na rodovia MGC-491, em trecho
situado em frente ao atacarejo ABC, em São Sebastião do Paraíso, voltou a ser
tema de preocupação e cobrança na Câmara Municipal. O assunto dominou o início
da sessão desta segunda-feira, 20, após a leitura de resposta a um ofício ao
vereador Luiz Benedito de Paula, que pedia a reativação de um radar eletrônico
na BR-265, próximo à Guardinha.
A
partir da leitura do documento enviado pelo DER-MG, vereadores passaram a
discutir a situação da MGC-491, trecho marcado por acidentes recorrentes e que
já havia sido alvo de reportagens do Jornal do Sudoeste e de pedidos
formais de providências. No sábado, 18, um Ford Fiesta e um Volkswagen Fox
colidiram no local, deixando três pessoas feridas, entre elas um menino de 11
anos em estado grave, conforme informações da Polícia Militar Rodoviária e do
Corpo de Bombeiros.
Durante
a discussão, o presidente da Câmara, Lisandro Monteiro, fez um apelo por
medidas urgentes. Segundo ele, o trecho é perigoso e exige ação imediata das
autoridades. “Essa semana aconteceu mais um acidente na porta do ABC. Três
pessoas ficaram feridas. Do jeito que está lá, vai morrer gente. Tem que cobrar
providência do ABC e do DER, porque o risco ali é grande”, afirmou o
presidente.
O
vereador Paulo César Souza (Tatuzinho) reforçou que o projeto para construção
de uma rotatória no local já foi liberado pelo DER-MG, e que a responsabilidade
pela execução é do próprio atacarejo. “O ABC tem o compromisso de fazer a
rotatória naquele ponto. Já houve liberação do projeto e é preciso que seja
cumprido”, destacou.
O
vereador Luiz Benedito de Paula acrescentou que, desde 2023, vem cobrando melhorias
na sinalização do trecho. Ele mencionou o pedido de instalação de uma placa de
retorno a 300 metros, e também de uma lombada com limite de 60 km/h, para
alertar motoristas que trafegam no local.
Segundo
Luiz, como o pedido não foi atendido, ele próprio mandou confeccionar e
instalar a placa, com recursos próprios, na saída do atacarejo. “Fiz o pedido
para o DER e para o ABC, mas nada foi feito. Eu mesmo mandei fazer e instalar a
placa de retorno a 300 metros. O problema é que muitos motoristas insistem em
fazer a conversão proibida e acabam provocando acidentes”, disse.
O
vereador Marcos Antônio Vitorino (Marcão da Ambulância) sugeriu que a Comissão
de Segurança e Trânsito da Câmara vá pessoalmente ao DER para cobrar soluções.
“Ali é constantemente palco de acidentes. Não dá pra esperar mais. O
supermercado está ali há mais de quatro anos e nenhuma grande obra foi feita. A
gente não pode perder vidas naquele lugar”, afirmou.
A
vereadora Maria Aparecida Cerize (Cidinha) lembrou que o tema já havia sido discutido
em reunião realizada na Câmara em 2024 com representantes do DER-MG, e destacou
que, na ocasião, os proprietários do ABC participaram do encontro. Segundo ela,
a empresa tem bom trânsito junto ao Governo de Minas, o que poderia facilitar a
execução da obra no trecho.
Cidinha
também chamou atenção para o comportamento dos motoristas e a necessidade de
mais responsabilidade no trânsito. “Grande parte dos acidentes acontece por
imprudência. As pessoas fazem conversões irregulares, dirigem em alta velocidade,
não usam cinto, mexem no celular e acabam provocando tragédias que poderiam ser
evitadas. Mesmo com as regras claras, muitos insistem em arriscar — e o
resultado é esse, vidas perdidas na rodovia”, disse.
A
vereadora defendeu que a Câmara envie ofícios tanto ao DER quanto à direção do
atac-arejo ABC, cobrando providências e informações atualizadas sobre o projeto
de adequação viária. “Precisamos de uma resposta concreta. Do jeito que está,
não vai ser o primeiro e nem o último acidente naquele local”, completou.
O
vereador Juliano Reis (Biju) propôs que, além dos ofícios, a Câmara convide
representantes do DER e da empresa para prestarem esclarecimentos
presencialmente. “Um ofício é algo mecânico, que talvez não preencha o que a
população precisa saber. Por que não trazer os responsáveis aqui, para que
possamos interpelá-los diretamente? Ficar só em troca de ofícios é improdutivo.
Precisamos de respostas”, afirmou.
Encerrando
o debate, o presidente Lisandro Monteiro confirmou que ofícios às partes envolvidas
serão enviados ainda nesta semana. “Vou mandar os ofícios e aguardar as
respostas. Se não vierem, vamos convidar os responsáveis para comparecer à
Câmara. De um jeito ou de outro, eles vão ter que responder”, concluiu.
Conforme matérias que o Jornal do Sudoeste publicou, desde 2022 o DER-MG aprovou o projeto. Em nota enviada à nossa redação aquele órgão quando questionado, em 2023, afirmou: “O DER-MG já aprovou o projeto da obra e tem feito tratativas com a empresa para agilizar a implementação do acesso regular”. Que até hoje, passados três anos, ainda não foi implementado.