Câmara começa a analisar sistema municipal para mapear e prevenir alagamentos
Vereador Biju propõe criação do SMPA que reunirá dados, diagnósticos e mapa público sobre pontos críticos de drenagem urbana
Deu
entrada, e começa tramitar segunda-feira (8), na última sessão do ano legislativo,
projeto de lei de autoria do vereador Juliano Carlos Reis (Biju) que institui o
Sistema Municipal de Prevenção, Mapeamento, Transparência e Informação sobre
Pontos de Alagamento e Áreas de Risco Hidrológico (SMPA) em São Sebastião do
Paraíso.
Segundo
o vereador, o objetivo é promover segurança viária e proteção à vida, reduzir
acidentes, minimizar danos provocados por enxurradas e eventos hidrológicos adversos,
além de ampliar a transparência e o acesso público às informações relacionadas
à drenagem urbana.
O
sistema proposto, segundo projeto de lei, terá caráter informativo, técnico e
preventivo, prevendo ações de Identificação, georreferenciamento e registro de
pontos recorrentes de alagamentos. A classificação de áreas de risco
hidrológico, elaboração e atualização de diagnósticos técnicos por
profissionais habilitados, com indicação de causas prováveis dos alagamentos.
Prevê
utilização de modelos hidrológicos e sistemas de informação geográfica,
considerando variáveis como curvas IDF, uso e cobertura do solo, modelos
digitais de elevação, rede viária e microdrenagem existente. Determina ainda a
manutenção de um mapa público interativo, disponível no site oficial do
município, com informações atualizadas sobre pontos críticos. A ferramenta deve
auxiliar tanto o poder público quanto os cidadãos, permitindo consulta rápida e
transparente.
Biju
destaca que a iniciativa “não cria despesa obrigatória”, mas constitui
autorização para que o município implemente os mecanismos dentro de seu
planejamento orçamentário vigente ou futuro.
Subsídio
às ações de drenagem
As
informações produzidas pelo SMPA poderão subsidiar a manutenção e limpeza de
bocas de lobo, desobstrução e ampliação de galerias pluviais, implantação de
novas estruturas de drenagem, conforme critérios técnicos e disponibilidade
orçamentária.
O texto
também prevê que, nos pontos críticos, o Executivo poderá utilizar, quando
tecnicamente recomendável, dispositivos previstos na Lei Municipal nº 4.757,
que autoriza a instalação das chamadas “bocas de lobo inteligentes”. O uso de
outras soluções técnicas não é descartado, desde que atendam às necessidades
identificadas.
O
projeto ainda possibilita a integração do SMPA a sistemas já existentes nas
áreas de Proteção Civil, Trânsito, Obras, Planejamento Urbano e Defesa Social,
permitindo unificação de dados e maior eficiência nas ações preventivas.
Biju
enfatiza que Paraíso convive há décadas com pontos reincidentes de alagamento,
especialmente em bairros como o San Genaro, e na Lagoinha, que sofrem com
episódios repetidos a cada período chuvoso. Esses eventos provocam prejuízos
materiais, riscos à integridade física dos moradores, transtornos no trânsito e
danos ao patrimônio público.
O
vereador lembra que muitos desses problemas decorrem de fatores estruturais
acumulados ao longo dos anos. Menciona a falta de obras adequadas para captação
de águas pluviais, galerias insuficientes, bocas de lobo obstruídas,
microdrenagem saturada, crescimento urbano sem a correspondente ampliação da
infraestrutura de drenagem.
“É
perceptível que muitos dos pontos de alagamento são conhecidos e reincidentes,
mas ainda permanecem sem solução definitiva”, reforça o parlamentar.
Biju
avalia que o SMPA representa uma política pública moderna, alinhada às práticas
adotadas por cidades brasileiras que trabalham com gestão de risco hídrico
baseada em dados reais. O vereador afirma que o sistema permitirá que o
município deixe de atuar apenas de forma reativa, passando a um modelo
preventivo e planejado.
“Trata-se de medida estruturante, transparente e urgente para proteger a população e enfrentar um problema histórico que tanto aflige os moradores de São Sebastião do Paraíso”, conclui o vereador.
