No próximo dia 1 de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids. A data, instituída em outubro de 1987, por uma decisão da Assembleia Mundial de Saúde com o apoio da Organização das Nações Unidas, é um lembrete que serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas com o vírus HIV, além de promover ações e medidas de combate e prevenção à doença.
Em São Sebastião do Paraíso, os números ainda são expressivos. Somente em 2016, de acordo com informações do Ambulatório de Infectologia do município, houve pelo menos 25 diagnósticos positivos para a AIDS, o número é levemente superior ao registrado no último ano. Segundo o setor, cerca de 190 pacientes, que contraíram a doença, têm sido acompanhados para o tratamento da AIDS no município. Ainda, segundo dados, somente este ano já foram realizados no ambulatório de infectologia cerca 631 exames para a detecção da doença.
O balanço revela ainda que dos diagnósticos positivos para o HIV, 5 foram de jovens com idades entre 15 e 20 anos; 12 casos foram com adultos com idades entre 30 e 49 anos; 8 desses casos foram diagnosticados em adultos e idosos com idades entre 50 e 70 anos.
Em Minas Gerais, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), entre os anos de 2010 e 2015, foram diagnosticados mais de 18.602 casos de HIV/AIDS no estado, sinalizando uma tendência de crescimento progressiva de 10% ao ano. Em relação a incidência, também houve aumento neste período, chegando a 20,4 pessoas a cada 100 mil habitantes. Em 2016, no período de janeiro a 21 de novembro, foram diagnosticadas 2.741 pessoas com a doença.
Pensando na data, durante a semana de combate à doença, a Secretaria Municipal de Saúde, sob a coordenação do Ambulatório de Infectologia, irá realizar uma série de atividades que visam discutir o tema com o objetivo de conscientizar a população e reduzir os casos no município. De acordo com a coordenadora do setor, Patrícia Cristina de Paula Bícego, o ambulatório não tem trabalhando mais com a questão do “grupo de risco”, mas sim a questão da vulnerabilidade, ou seja, com pessoas que tenham se exposto à situação de risco à doença. “As orientações hoje em dia é que todos, independentemente de orientação sexual ou estado civil, façam uso do preservativo ao manter relações sexuais”, destaca.
AÇÕES
Entre os dias 29 de novembro e 2 dezembro, serão realizados testes rápidos no Ambulatório de Infectologia, das 7h às 19h. “ Nesse período serão entregues preservativos e materiais informativo nas academias da cidade, além de ser feitos o teste rápido no ambulatório, que dá o resultado em poucos minutos, revelando se a pessoa contraiu ou não a doença após ter relação sexual desprotegida ou ter sido exposto a uma situação de risco”, acrescenta a coordenadora.
Além dessas ações, amanhã, terça-feira (29/11), serão realizadas duas palestras, que além da questão da prevenção da AIDS, também abordarão a importância da segurança no trabalho. A primeira palestra acontece no Centro de Referência da Assistência Social (Creas), às 7h, proferida pela psicóloga Tatiana Bardasse; às 10, pela coordenadora Patrícia Bícego palestras do SIPAT, sobre a prevenção e segurança no ambiente de trabalho, a palestra ocorre às 10h, na Copasa.
Na quinta-feira (1/12), as Unidades de Saúde da Família (USFs), realizarão um “Pit Stop” no semáforo do Chopani e da avenida Oliveira Rezende; além de pontos específicos na cidade como o Posto Samambaia, na Avenida Monsenhor Mancini, na Praça da Abadia, Rodoviária, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no Ambulatório Municipal, no USF da Guardinha e na Praça Comendador José Honório (Praça da Matriz), das 9h às 11h. Na Praça da Matriz ainda será montado um estande para orientações, que funcionará das 9h às 11h e das 13h às 15h.
TESTE RÁPIDO DE HIV
Os testes rápidos de HIV são realizados a partir da coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo. O sangue é colocado em dois dispositivos de testagem e para chegar ao resultado, o profissional que realiza o teste segue um fluxo determinado cientificamente. Se os dois dispositivos tiverem os mesmos resultados, o diagnóstico já é fechado. Porém, se houver discordância entre os resultados, é feito outro teste com um terceiro para confirmação. Assim, o resultado tem a mesma confiabilidade dos exames convencionais e não há necessidade de repetição em laboratório. Esse método permite que, em apenas meia hora, o paciente faça o teste, conheça o resultado e receba o serviço de aconselhamento necessário.
O QUE É O HIV
O HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da AIDS, o vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Deste modo, como o vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer, além de prejudicar o próprio tratamento das doenças.
A transmissão do HIV se dá principalmente por via sexual, seja ela anal, vaginal ou oral. Outras formas de transmissão são por meio da transfusão de sangue contaminado e seus derivados; através do uso de drogas injetáveis e compartilhamento de seringas, canudos e cachimbos; materiais perfuro cortantes não esterilizados; ou por meio da transmissão vertical de mãe para filho.
O vírus do HIV não é transmitido através do beijo, abraço, aperto de mão, por meio do uso de copos e talheres compartilhados, de piscina e sauna; e a sua prevenção é relativamente simples. Entre as orientações estão:
- Uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais;
- Não compartilhamentos de agulhas, seringas, canudos, cachimbos;
- Uso de material esterilizado na aplicação de tatuagens e piercings;
- Realização de pré-natal com exames, na gestação;
- Evitar transfusão sanguínea sem o controle rigoroso das bolsas;
- Evitar materiais não esterilizados em clínicas odontológicas, nas manicures, barbearias, etc;
- Evitar o uso abusivo de álcool e outras drogas ilícitas. Elas podem alterar o nível de consciência do indivíduo e a capacidade de tomar decisões sobre a forma de se proteger.