Luiz Carlos Pais
A professora Filomena Perrone Correa, casada com Augusto Correa, era irmã de outros dois renomados educadores paraisenses, o professor Carmo Perrone Naves e da professora Alice Naves Ferreira. Os três eram filhos de João Batista Naves e Thereza Perrone Naves, que também eram pais de Ambro-zina Naves Campos, José Perrone Naves, Maria Aparecida Arantes e Abílio Perrone Naves. Para conhecer um pouco mais as raízes dessa família com diversos educadores, é conveniente recorrer à pesquisa feita pelo advogado Abilon Naves e publicada no site dedicado aos descendentes da Família Naves.
O ramo paraisense da Família Naves é descendente de Ana Vitória de São Thomé e de seu esposo João Naves Damasceno, falecido em 1831. Seu inventário foi aberto, no ano seguinte, no Arraial do Bom Sucesso, termo da Vila de São José Minas e Comarca do Rio das Mortes, cujo acervo está preservado no Museu Regional de São João Del Rei.
Um dos netos do casal João Naves Damasceno e Ana Vitória de São Thomé, Antonio José Naves, nascido em 1829, em Bom Sucesso, faleceu em São Sebastião do Paraíso, em 1896, dando origem a um ramo paraisense da Família Naves. João Braz Naves, nascido em 21 de janeiro de 1856, filho de Antonio José Naves, foi serventuário o ofício de justiça do termo de São Sebastião do Paraíso, conforme edital publicado no Liberal Mineiro, jornal impresso em Ouro Preto, em edição de 12 de janeiro de 1884.
O juiz municipal de São Sebastião do Paraíso foi informado pela secretaria do governo provincial, em resposta ao ofício subscrito pela autoridade da justiça local, que João Braz Naves poderia continuar ocupando o cargo de serventuário da justiça porque a legislação não exigia exame de habilitação para quem já estivessem, temporariamente, substituindo no referido cargo nos cartórios da justiça. Nesses termos, conforme a nomeação de João Braz Naves, por ato da província, havia ocorrido em sintonia com legislação provincial de 1853. Entretanto, a continuidade no exercício do cargo deveria ocorrer somente durante a licença de um ano, período em que o escrivão do ofício dos órfãos do termo estaria de licença. João Batista Naves, pai da professora Filomena Perrone, era um dos filhos de João Braz Naves.
A professora Filomena dirigiu o Colégio Sul Mineiro, um estabelecimento para meninas, que ministrava todas as matérias previstas na época para instrução de uma jovem, quase sempre, aspirando a preparação para um bom casamento. Nesse sentido, a referida mestra seguia a trajetória iniciada pelo seu avô, Carmo Perrone, que dirigia um colégio destinado somente aos meninos. Esse colégio da professora Filomena localizava-se à Rua Pimenta de Pádua, abaixo da igreja matriz. Registro fotográfico preservado no acervo familiar da professora Norma Perrone Naves, gentilmente cedido para escrever esta crônica, mostra que a escola da professora Filomena era frequentada por 14 meninas. A foto estava acompanhada de uma folha manuscrita com a identificação das alunas fotografadas: Alice Gonçalves, Eufrosina Naves, Maria Moura Soares, Chiqui-nha de Moura Naves, Eu-gelia Souza Castro, Cotinha Pimenta, Ernestina Moura, Maria Rita, Filhuca de Carvalho, Sinhana Gonçalves e Alice Proença.