A Secretaria Municipal de Saúde, de São Sebastião do Paraíso através do setor de Vigilância Epidemiológica emitiu um alerta para a população chamando a atenção da comunidade, para a incidência de casos relacionados ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Em função do período intenso de chuvas que é apontado como momento de maior risco da transmissão das doenças, a população deve redobrar os cuidados de prevenção. No último levantamento apresentado o município havia registrado 600 notificações e 300 casos positivos.
Uma das preocupações das autoridades de saúde neste momento é em relação ao clima favorável à procriação do mosquito Aedes aegypti. O período das chuvas é considerado a fase de maior incidência da transmissão das doenças, pois, os ovos do Aedes aegypti podem durar por até 450 dias, uma vez que são extremamente resistentes ao ressecamento. A eclosão do ovo ocorre quando a água entra em contato com essa estrutura dando seguimento ao ciclo larva, pupa e adulto (mosquito). Vale lembrar que uma única fêmea pode dar origem até a 1500 mosquitos; por isso devemos redobrar nossa atenção e eliminar qualquer foco que possa acumular os ovos do mosquito.
Conforme o coordenador de zoonoses, Gustavo João Bernardino, o perigo ocasionado pelo mosquito é constante, mas, no período chuvoso, muito pior. Ele destaca que as pessoas devem ficar alerta contra o Aedes todos os dias, mas com o grande volume de chuva que Paraíso vem passando é necessário ampliar os cuidados. "Não podemos dar trégua para o mosquito. É repetitivo, mas preciso dizer: limpem as calhas e as caixas d´água, lavem com bucha os pratos de flores e também comedouros dos animais de estimação, não deixem água parada, destruam qualquer objeto que possa acumular água", explica.
No levantamento realizado na segunda metade de novembro foi apontado que Paraíso estava com 600 notificações e 300 casos positivos. No último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, nesta quarta dia 14, os casos positivos haviam subido para 399, considerado uma situação alta. Além de reativar o Comitê de Combate à Dengue, o município também intensificou os trabalhos de prevenção, com atividades de chamamento da comunidade para ajudar na conscientização e no trabalho de limpeza nas casas, quintais e terrenos. Outros eventos como caminhada, realização de mutirão também estão sendo empregados nas campanhas de conscientização.
Gustavo João acrescenta que a quantidade de pessoas que apresentam os sintomas da dengue no muncípio está cada vez maior. "A população está ciente dos sintomas que a dengue pode causar e assim que os apresentam, procuram o médico. Imediatamente a equipe da Vigilância é avisada e começamos a fazer o bloqueio na região do morador. Mas só o bloqueio não resolve. Precisamos acabar com o mosquito, de preferência, não deixá-lo nascer", conclui o coordenador. Em 2016, até o momento, o estado de Minas Gerais possui 41 óbitos suspeitos de dengue que estão em investigação, anuncia a SEE. Na quarta-feira,14, a Secretaria de Saúde realizou o lançamento da Campanha de Enfrentamento ao Aedes aegypti. A campanha está amparada no conceito de mobilização social e tem como objetivo envolver a comunidade para que ela seja protagonista na prevenção ao mosquito.
Campanha de Mobilização
Envolver o cidadão como corresponsável pela promoção da saúde é principal objetivo da nova campanha de mobilização da SES-MG. Minas Gerais segue a linha da campanha do Ministério da Saúde, que sensibiliza a população a não deixar o Aedes marcar a sua vida. Aliado a esse recado, novamente há a insistência no cuidado de uma vez por semana as pessoas checarem os principais criadouros do vetor em seu domicílio, para tentar minimizar os impactos de uma possível tríplice epidemia das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes.
Além do recurso de R$ 66 milhões investidos ao longo de 2016, a SES-MG publicou, em novembro, resolução que destina R$ 37 milhões aos municípios para suporte às ações dos agentes de endemias. Os recursos, juntamente com os repasses do governo federal, poderão ser utilizados para ações como compra de bombas para jogar inseticida, compra de carros e de combustível, capacitação e deslocamento das equipes, permitindo assim uma atuação mais efetiva dos agentes de endemias no âmbito local. Os municípios, com a verba a ser repassado pelo Estado, serão os responsáveis pela efetiva utilização dos recursos.
Com o conceito Você vai deixar o Aedes marcar a sua vida?, a nova campanha ressalta que o mosquito vetor da Dengue também transmite Zika e Chikungunya, doenças que podem deixar sequelas para a saúde humana. Na campanha, a prevenção é tema de extrema importância, aliado à conscientização sobre as possíveis consequências que as doenças transmitidas pelo Aedes podem causar.
Minas Gerais registrou, até o momento, 526.902 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de Dengue e 247 óbitos. Outros 41 óbitos suspeitos da doença permanecem em investigação. Já em relação à Febre Chikungunya, são 482 casos prováveis. Para a febre pelo Zika Vírus, foram registrados, até o momento, 15.135 casos prováveis em Minas Gerais. Em relação aos casos que envolvem febre pelo Zika em recém-nascidos com microcefalia, mães de recém-nascidos com microcefalia e gestantes, foram confirmados 1.065 casos de gestantes com doença aguda pelo Zika Vírus.