São Sebastião do Paraíso vai receber do Ministério da Saúde mais de R$ 13 mil da segunda parcela dos recursos que o Governo Federal está repassando aos municípios exclusivamente voltados para o combate ao mosquito aedes aegypti.
O repasse está condicionado ao cumprimento de alguns critérios, cujas informações deverão ser consolidas pelas Secretarias Estaduais de Saúde e repassadas ao Ministério até o dia 30 de junho de 2017. Através da Portaria nº 3.129, publicada em 28 de dezembro de 2016 o Ministério da Saúde autorizou o repasse no PVVS (Piso Variável de Vigilância em Saúde) de recurso financeiro para implementação de ações contingenciais de prevenção e controle do vetor causador da dengue e outras doenças derivadas.
Para receber a segunda parcela do recurso a Prefeitura de Paraíso assim como os demais municípios deverão realizar o LIRAa (Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti) para os casos de cidades com mais de dois mil imóveis. Já os municípios com menos de dois mil imóveis deverão realizar o LIA (Levantamento de Índice Amostral). Enquanto isto as localidades sem infestação do mosquito deverão realizar monitoramento por ovitrampa ou larvitrampa e, excepcionalmente serão consideradas as metodologias alternativas de levantamento de índices executados pelos municípios, desde que essas informações sejam repassadas ao Governo Federal.
Elaborado pelo Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), é considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue, o que possibilita aos gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção. O último LIRAa, divulgado pelo Ministério da Saúde, em novembro deste ano, apontou que 855 cidades encontram-se em situação de alerta e risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Isso representa 37,4% dos municípios pesquisados, enquanto que 62,8% dos municípios (1.429) estão em situação satisfatória.
Paraíso figurou entre as 138 municípios que nos meses de outubro e novembro de 2016 realizaram o LIRAa. A cidade ficou entre as 73 que estão em situação de alerta. O resultado da amostragem revelou que outras 58 lugares estão em situação satisfatória e sete em situação de risco. Conforme divulgado pelo governo somente na segunda parcela Paraíso receberá R$ 19.369,40 para o combate aos focos do mosquito. Todos os municípios do estado receberão recurso exclusivo para qualificação das ações de combate ao aedes aegypti.
No levantamento realizado na segunda metade de novembro foi apontado que Paraíso estava com 600 notificações e 300 casos positivos. No último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, no dia 14 de dezembro, os casos positivos haviam subido para 399, considerado uma situação alta. Além de reativar o Comitê de Combate à Dengue, o município também intensificou os trabalhos de prevenção, com atividades de chamamento da comunidade para ajudar na conscientização e no trabalho de limpeza nas casas, quintais e terrenos.
Segundo Gustavo João Bernardino uma das preocupações das autoridades de saúde neste momento é em relação ao clima favorável à procriação do mosquito Aedes aegypti. O período das chuvas e também do forte calor é considerado a fase de maior incidência da transmissão das doenças, pois, os ovos do Aedes aegypti podem durar por até 450 dias. Uma fêmea pode dar origem até a 1.500 mosquitos, avalia. “Por isso devemos redobrar nossa atenção e eliminar qualquer foco que possa acumular os ovos do mosquito”, acrescenta. Conforme o coordenador municipal de zoonoses, o perigo ocasionado pelo mosquito é constante, mas, no período chuvoso, muito pior. Ele ressalta que as pessoas devem ficar alerta contra o Aedes aegy-pti todos os dias. “Não podemos dar trégua para o mosquito.
É repetitivo, mas preciso dizer: limpem as calhas e as caixas d´agua, lavem com bucha os pratos de flores e também comedouros dos animais de estimação, não deixem água parada, destruam qualquer objeto que possa acumular água”, explica.