Começa na próxima segunda-feira (6/8) a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite e sarampo. A ação envolve todos os postos de saúde do Brasil e tem como público alvo crianças de 1 a 4 anos. O dia de mobilização nacional - o chamado dia D - acontecerá no dia 18 de agosto, no sábado. Recentemente, o registro de surto de sarampo no norte do País e o aumento de doenças como poliomielite e rubéola, até então erradicadas no Brasil, levou a uma corrida da população aos postos de saúde, no entanto, a campanha da vacinação indiscriminada será apenas para fazer a cobertura vacinal em crianças.
Conforme explica a coordenadora de Vigilância em Saúde, Daniela Cortez, terão direito a dose extra da vacina triviral, que imuniza contra sarampo, rubéola e caxumba, crianças de 1 a 4 anos; também será feita vacinação contra poliomielite. "É um reforço que está acontecendo no Brasil inteiro para que se crie uma imunidade em todo o território nacional. Os adultos também serão vacinados, mas não em campanha, será conforme rotina: adultos menores de 30 anos terão que ter duas doses triviral no cartão; e entre 30 e 40 anos uma dose. Mas aquele que tiver dúvida pode buscar as salas de vacinas que a equipe poderá ver se é necessária ou não a imunização", explica Cortez
Segundo divulgou o Ministério da Saúde, as baixas coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de cinco anos, deixou o país em estado de alerta. Essa não é a realidade de Paraíso, que hoje está com cobertura vacinal em crianças menores de 2 anos de 100%. Aliada a preocupação do reaparecimento dessas doenças no país e seu aumento em todo o mundo, está o movimento que existe de pessoas que são contra a vacinação, o que, conforme aponta a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez, tem incluído até mesmo pessoas ligadas à área da saúde.
"Não é o caso de Paraíso, aqui a população é bem consciente em relação a vacinação e nunca chegamos a casos extremos de ter que acionar, por exemplo, o Conselho Tutelar para garantir o acesso à vacina a essas crianças, afinal este é um direito dela", destaca. Cortez alerta para a importância da vacinação, tendo em vista que essas doenças podem levar ao óbito.
A campanha, que será realizada, será para vacinação indiscriminada, ou seja, até mesmo crianças que já foram imunizadas recentemente, deverão tomar nova dose da vacina. A imunização contra essa doença exige duas doses. Segundo o Ministério, 11,2 milhões de crianças devem ser vacinadas e a meta é vacinar 95% destas crianças.
CRIANÇAS COM ALERGIAS
Conforme explica Daniela Cortez, a vacina é contraindicada para crianças que são alérgicas a ovo, mas são casos muito extremos em que ela não pode ingerir nada que seja derivado. "Essas crianças são cadastradas no CRIE, que é um programa de vacinação especial para essas crianças e vêm vacinas específicas que são aplicadas para que não ocorra nenhum problema", completa.
POSTO DE VACINAÇÃO
Em Paraíso, a vacinação acontecerá em cinco pontos, entre eles o Posto de Puericultura, à rua Gedor Silveira, nas USFs da Vila Formosa , à rua Maria Abadia Amaral Malaguti, 180; USF Vila São Pedro (terças e quintas), à rua Francisco Quintino , 181; USF São Judas, à rua coronel Alfredo Serra e USF no distrito de Guardinha, à rua Germano Guerra, 445. O dia D, que acontece no dia 18 de agosto, a campanha deve acontecer entre as 8 às 16h, mas, conforme a coordenadora da Vigilância em Saúde, dependendo da procura, o horário deve ser estendido ou um novo sábado para ser realizada a vacinação deve ser marcado.
ERRADIÇÃO DA PÓLIO
Conforme dados do Ministério da Saúde, o Brasil erradicou a poliomielite em todo o território nacional em 1994. Já o certificado de eliminação do sarampo havia sido alcançado em 2006. O foco da campanha deste ano é aumentar a cobertura vacinal em todo o país.
O Ministério informou que para a poliomielite, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a Vacina Inativada Poliomielite. Já os que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina, receberão a Vacina Oral Poliomielite, a famosa "gotinha".
Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina Tríplice Viral (que também protege contra caxumba e rubéola), seja qual for a situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias.
SARAMPO
O Ministério da Saúde tem reforçado a importância da população se vacinar contra a doença devido ao surto de sarampo registrado no estado do Amazonas, que ultrapassou Roraima, que tem registrado casos da doença desde fevereiro deste ano em virtude da entrada de venezuelanos no estado. Até o dia 25 de julho, foram confirmados 519 casos de sarampo no Amazonas, 3.725 permanecem em investigação O estado de Roraima confirmou 272 casos da doença e 106 continuam em investigação.
Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Rondônia (1) e Pará (2). O Ministério da Saúde informou ainda que permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário ao Estado e que medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados.
Entre 2013 e 2015, ocorreram surtos decorrentes de pacientes vindos de outros países, sendo registrados neste período 1.310 casos da doença. O maior número de casos foi registrado nos estados de Pernambuco e Ceará. Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, e atualmente empreende esforços para manter o certificado principalmente por meio do fortalecimento da vigilância epidemiológica, da rede laboratorial e de estratégias de imunização.
Todavia, a coordenação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), periodicamente, tem emitido notas técnicas para estados e municípios sobre o monitoramento e avaliação das coberturas vacinais. Também tem pautado frequentemente o tema nas discussões em fó-runs, como Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes de todos os estados e municípios.
De acordo com o Ministério da Saúde, o risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95% e a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no País. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.