Consumidor pagará duas vezes pelo reajuste da energia elétrica

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 13-04-2003 00:00 | 604
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O reajuste divulgado pela Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica com índice variável de 19,55% a 32.59%, tem percentual maior do que foi projetado em janeiro de 2003. O aumento incide na conta dos consumidores dos Estados Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Para os clientes da Cemig, o acréscimo foi de 31,55%.
A alteração, segundo o engenheiro Ailton Rocha Sillos, presidente da Associação Comercial Industrial Agropecuária e de Serviços de São Sebastião do Paraíso - ACISSP, "não há dúvida de que o reajuste causa um impacto na economia e quem paga a maior conseqüência em termos de gastos é o consumidor". Sillos explica que no setor comercial, a diferença não é muito sentida, "Porém, na área de produção industrial, onde o consumo é maior, certamente haverá repasse no valor final do produto", acrescentou. "Isto não é bom para a nossa economia que precisa ser aquecida em um mercado de compra e venda, mas que está ficando inerte", advertiu.
Sillos observa que o consumidor paga duas vezes sobre o reajuste de energia. "Quem vai comprar um produto industrializado vai pagar a incidência do reajuste que foi repassada ao mercado e também paga o consumo residencial que está mais caro a partir de agora", comentou. A menor tarifa de consumo doméstico, com desconto do Programa de Ação Social, passa em média de R$9,00 para R$11,00. "Isto significa que em relação ao salário mínimo recentemente aumentado em 20% há uma devassagem no poder aquisitivo do trabalhador classe C", avaliou.
Outra má noticia foi o aumento da tarifa de água, mais um reajuste entre tantos que ajudam a engolir o salário.
Providência em estudo
Em resposta ao reajuste da Aneel o governo federal admitiu a possibilidade de criar uma linha de crédito para socorrer as distribuidoras de energia elétrica. O Ministério de Minas e Energia, calcula que há necessidade de 8 bilhões de reais para resolver os problemas no setor, agravados segundo a ministra Dilma Rousseff, quando as empresas concessionárias tiveram perdas com o racionamento de energia entre junho de 2001 e fevereiro de 2002. As distribuidoras justificaram o aumento apontando alta do dólar e desvalorização aos ativos rentável na produção de energia.