Por: Davi Emerich
O governo federal, por intermédio de seus órgãos de fomento, precisa disponibilizar recursos para a realização, se necessário, de leilões para garantir os preços mínimos para a safra de café deste ano. Pelo menos esta é proposta que vem sendo defendida pelo deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG), em concordância com outros parlamentares e representantes do setor cafeeiro.
De acordo com Thadeu, a provisão de recursos tem como objetivo dar tranqüilidade ao setor, de grande importância para a economia brasileira e que experimentou crescimento significativo nos últimos anos. "A cafeicultura - argumenta o deputado - é o segmento que mais gera emprego no campo, quase 8 milhões de postos de trabalho, e, por isso, deve ter um acompanhamento permanente". Minas Gerais, isoladamente, já responde por 52 por cento de toda a produção nacional, com destaque para o sul do Estado.
A perspectiva de leilões, conforme o deputado, foi decisiva para que o café recuperasse seus preços desde agosto de 2002. "O instrumento deve ser mantido porque deu certo", afirma.
As demandas dos produtores foram analisadas exaustivamente no seminário Pensando Café, de iniciativa do deputado Silas Brasileiro (PP/MG) e realizado, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. No encontro, que contou com as presenças do deputado Geraldo Thadeu e do técnico mineiro em café Jaime Paina Junqueira, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, fez um amplo diagnóstico da atividade que, na sua opinião, ainda tem muito a crescer no país. Para se ter uma idéia das possibilidades de novos incrementos no futuro, se o Brasil já é o maior produtor de café in natura, responde apenas por um por cento do comércio mundial do café em pó e moído.
No seminário, os participantes ainda defenderam a necessidade de novos investimentos no setor e a adoção de medidas para assegurar maior agilidade na comercialização da safra deste ano, principalmente no tocante à exportação.