Na terça-feira, 22, mais uma reunião foi realizada para decidir o funcionamento da Central de Apoio ao Menor e ao Adolescente, CEACA, mas a questão não foi resolvida.
Na reunião realizada a convite do juiz da Vara da Infância e Adolescência, Marco Antônio Hipólito Rodrigues, estiveram presentes representantes de segmentos da sociedade. O juiz enfatizou a necessidade de se unir novamente as forças, para que a Central realmente entre em funcionamento. "Não adianta fechar os olhos, pois estamos diante de uma situação crítica e que exige uma pronta resposta. Estamos com um problema muito grave na cidade", ressalta.
O engenheiro e presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços, ACISSP, Ailton Rocha de Sillos disse que os empresários estão aborrecidos pelo fato de terem empenhado na construção e não terem visto a solução do problema. "Fazem muitas reuniões e não se chega à conclusão nenhuma", comenta.
No ponto de vista do juiz, realmente se não for tomada uma atitude rápida, a situação ficará ainda mais complicada. "O Rio de Janeiro está com um índice altíssimo de violência, porque não teve atitudes no momento certo por isso, se agirmos com interesse, conseguiremos uma solução". Observa que na maioria dos casos, os menores não têm família. "Cabe a nós, sociedade, substituí-la".
O propósito da reunião, de acordo com o juiz, foi para que as pessoas apresentassem seus projetos. "Não queremos buscar soluções, e sim efetivá-las, antes que seja muito tarde, e talvez todos sofreremos isso na pele".
Soluções foram apontadas
Uma das soluções apontadas pela promotora Silvana da Silva Azevedo, de modo a funcionar o mais rápido possível, é que se inicie com um atendimento de apenas 20% do que está previsto no projeto. "Assim, quem sabe depois de um tempo estaremos fazendo tudo o que foi programado, mas para isso temos que unir esforços para que funcione, ainda que parcialmente", diz.
A prefeita Marilda Melles disse que o poder público está à disposição e, na medida do possível, ajudará. "Temos mais de R$4milhões de dívida ativa, por isso, não podemos arcar com todas as despesas, mas podemos oferecer ajuda de manutenção".
Alguns empecilhos foram apontados pelos presentes. Um deles, de acordo com a prefeita, é que encontrar pessoas que trabalhem lá, não é fácil. "Nem uma faxineira que, quanto menos alguém para geri-la".
Além disso, um possível abaixo assinado estaria sendo organizado pelos moradores da região onde está localizada a sede da CEACA. Contudo, a reportagem do Jornal do Sudoeste procurou alguns deles que disseram desconhecer o fato.