O delegado Régis Antonio Reis Ferreira, 57, disse ao Jornal do Sudoeste que se sente muito a vontade para comandar a 48ª Delegacia Regional de Segurança Pública e mostrou-se confiante em alcançar resultados positivos no combate à violência. Depois de reunir representantes dos 11 municípios jurisdicionados à 48ª DRSP, Régis Ferreira apontou o fator atuação e integração como prioridades que serão cobradas no próximo encontro que pretende realizar em um prazo de 30 a 60 dias. "Precisamos saber o progresso que estamos fazendo e periodicamente este encontro entre nós policiais civis, servidores públicos que somos, irá acontecer com regularidade, para se fazer um balanço geral e elaborar de novas diretrizes, se necessário", explicou.
O encontro serviu também para que Régis Ferreira fosse oficialmente apresentado aos delegados das comarcas. "Não conhecia a todos e acredito que eles embora ouvissem falar em meu nome, não sabiam quem sou, como gosto de atuar estando na direção de um grupo de profissionais que trabalham com assuntos, ao que nos parece, delicado e atualmente muito polêmico que é a questão da segurança pública", comentou.
Régis admite que as tarefas diárias por mais difíceis que possam parecer, precisam ser superadas, visando sempre manter as normas e diretrizes de trabalho.
Recomendações à normas
"O que foi passado aos delegados das comarcas é que a Polícia Cívil não pode fazer milagres, mas pode fazer um trabalho satisfatório junto a opinião pública, principalmente levando se em conta fatores importantes como, bom atendimento, a atuação integrada com a PM e sobretudo transparência.", relatou. Segundo Régis, não se combate violência com violência. "Temos estratégias e sistemas operacionais para este fim e vamos então trabalhar dentro de uma ótica de comando que consegui com experiências de muitos anos de trabalho. Acredito que posso contar com a colaboração de todos no cumprimento das normas que são pedidas pela Secretaria de Segurança Pública", destacou.
Régis é homenageado em jantar
Ainda em meio as boas vindas, à 48.ª DRSP de São Sebastião do Paraíso, Régis Ferreira disse a reportagem que sente-se honrado em servir a comunidade paraisense e fez um lembrete. "É bom que se diga que não sou delegado somente de Paraíso e sim de uma região", disse o policial que na noite de sexta-feira, 23, foi homenageado com um jantar, tendo a participação de autoridades e pessoas especialmente convidadas. Esteve presente o Superintendente de Segurança Pública, Arnado Romeno de Oliveira, que veio representando o chefe da Polícia Civil. "As homenagens são sempre boas, mas para sermos dignos a elas temos que trabalhar e mostrar resultados., frisou.
Em seu discurso, Régis salientou: "Mais uma vez o destino nos impulsiona para uma missão que parece estar além de nossas forças. Soa como mais um desafio dentre muitos que nortearam nossa trajetória policial", disse para em seguida afirmar que esta é sua "sina".
O delegado traçou um perfil de sua carreira, lembrando ter começado como escrivão em Paraíso, para depois, após concluir o curso de Direito, assumir a função de delegado em Ibiraci, até chegar aos cargos de superintendente regional, geral e secretário adjunto de Estado de Segurança Pública.
Régis afirmou que "depois de um rodízio no tempo", o qual definiu como "nostálgico, mas intrépido", foi nomeado como regional em Paraíso, o que muito o "honra, gratifica e enobrece", pois foi aqui que iniciou sua carreira como policial, há mais de vinte anos.
Ao lembrar ter ficado em disponibilidade "por longos oito anos e quatro meses", explicou que "no recôndito" sua alma nunca "olvidou a instituição policial", e que "sem falsa modéstia" está certo que possui o cabedal que o credencia a dirigir as atividades da Polícia Civil nesta região do Sudoeste mineiro.
Prosseguindo "exortou" delegados e demais policiais a entabular esforços no sentido de combater o crime em todas as suas frentes "com o máximo de eficiência".
O delegado prevê que por meio de um trabalho integrado com a Polícia Militar, à qual chamou à parceria, "o povo trabalhador e ordeiro" desta região terá tranqüilidadde.
Ao delegado Arnaldo Romano de Oliveira, superintendente regional de Segurança Pública, Régis solicitou que transmitisse ao chefe da Polícia Civil, Otto Teixeira Filho, sua gratidão pela confiança nele depositada. "Saiba, senhor chefe, que nada há tão aviltante para um policial como nós, acostumado à frenética atividade, que é ficar relegado ao ostracismo", disse.
Num claro recado aos que serão por ele comandados, Régis salientou que não irá "tolerar" policiais que se transviarem, "mormente os contumazes". Justifica que pessoalmente tem "ojeriza à corrupção, à torpeza, à desonestidade, à deslealdade, à ineficiência e à hipocrisia", pois o status de policial "não deve servir de capa para encobrir atos ilícitos". Segundo afirmou, na polícia não se enriquece, "mas pode-se viver com decência, dignidade, honradez, decoro e probidade". Nessa linha de pensamento, repetiu afirmação do então delegado Romeu Tuma, hoje senador da República: "Policial bandido é pior do que bandido, pois, além de arma tem carteira de polícia".
O regional observa que a 48.ª DRSP tem pontos sensíveis em razão da defasagem de recursos humano, pois o efetivo é ínfimo, comparado ao aumento populacional e dos problemas das cidades, inclusive da zona rural.
Mencionou que a mídia local tem noticiado e o preocupa sobremaneira "a criminalidade ascendente na zona rural". Disse ser sua intenção criar uma delegacia adjunta para a repressão à criminalidade, de forma a "propiciar a necessária segurança ao produtor rural e a todos que labutam na agropecuária da região".
Reconhece que as dificuldades são muitas e para enfrentá-las espera contar com o apoio e colaboração das autoridades judiciárias, do Ministério Público e da Polícia Militar. Ao concluir, salientou que "as metas almejadas exigirão muitas energias", mas não lhe "faltará vontade e a fé inabalável em Deus para superar os obstáculos".