Aumento no valor nas mensalidades de planos de saúde geram reclamações

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 25-05-2003 00:00 | 630
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O presidente Lula anunciou nos últimos dias o valor do reajuste do plano de saúde individual em 9,27%. Essa medida pegou de surpresa vários conveniados dos mais diversos planos do Brasil que receberam comunicações de suas respectivas empresas, dando conta dos aumentos de até 40%. 
Em São Sebastião do Paraíso, não foi diferente. Na segunda-feira, 19, a redação do Jornal do Sudoeste recebeu a visita de uma pessoa conveniada à Ampara, que intrigada queria descobrir o porquê do acréscimo de sua mensalidade. Em entrevista simultânea com o diretor comercial Arthur Augusto Villela e o diretor presidente Gilberto Gonçalves, muitas informações foram levantadas e uma explicação fornecida aos leitores. 
Segundo Gonçalves, antes de se falar em reajuste, é preciso entender como funciona uma empresa prestadora de serviço na área de saúde. "Existem dois tipos de planos que podem ser oferecidos aos clientes. São eles o plano individual e o plano via empresa. O Plano Individual (PI) é um contrato firmado entre uma administradora de planos de saúde e uma pessoa física. Existem duas modalidades de PI: o individual propriamente dito (um titular e um único usuário), e o familiar (um titular e vários usuários dependentes). Já o plano empresarial engloba os funcionários ou associados de uma empresa. Quanto maior o número de pessoas assistidas, menor o risco de precisarem de assistência ao mesmo tempo. Vejamos um exemplo para melhor entendermos esta questão. Imaginemos uma empresa que tenha cem titulares e que um destes conveniados venha a ter uma enfermidade grave que demande uma internação prolongada em uma UTI; gerando custos elevados para o plano de saúde. Neste caso, o impacto desta despesa será diluído, pelo fato de que existem neste convênio cem titulares pagando suas mensalidades simultaneamente e somente um gerando despesas de alto custo. No caso do exemplo anterior, se o paciente fosse um conve-niado de PI, o impacto financeiro seria integral nos custos do Plano de Saúde, não havendo a diluição dos mesmos como foi citado acima, em em pessoas. Por essa razão, o plano individual é mais caro e as pessoas optam pelo plano empresarial, que é mais barato por ter uma diluição no grau de risco," comenta.
"O plano individual é regido pela Agência Nacional de Saúde e tem o reajuste determinado pelo governo, no caso, 9,7%. Só que acaba saindo mais caro do que um plano empresarial que foi reajustado em 15% por exemplo. Explica-se: o plano via empresa não tem uma tarifa determinada pela ANS como no caso do individual. O que determina o valor a ser pago nas mensalidades, que a propósito, sofrem apenas um aumento durante todo o ano, é o gasto do período anterior. A Ampara tem o custo administrativo e o médico. O administrativo engloba água, luz, telefone, pessoal, impostos etc. O médico é a soma de consultas, exames, cirurgias e outros serviços que o conveniado utilizou durante o ano. No final deste período, a administração soma essas despesas com a receita obtida e descobre se está tendo prejuízo com um cliente, isto é, se está arcando com mais do que o cliente paga. Tendo este levantamento, nós calculamos aproximadamente o aumento dos custos durante o próximo ano, que são compostos por materiais hospitalares e medicamentos, lembrando ainda que os preços dos remédios são livres e sobem constantemente, ao passo que o aumento que passará a vigorar em junho deste ano será adotado até junho de 2004," informa o presidente.
Já o diretor comercial comenta que cada empresa associada à Ampara em São Sebastião do Paraíso, teve um reajuste diferente, exatamente porque utilizaram os serviços da empresa em escalas variadas. "Há casos de empresa que tiveram reajuste de 11% apenas, porque os assistidos usaram pouco o serviço médico no último ano. Quanto mais se usa os serviços, maior será o reajuste no período seguinte. O Índice Geral de Preços Médios- IGPM, está em 32,48% . Na região, os reajustes ultrapassam 40%. No entanto, nós oferecemos um dos menores custos, isso sem mencionar a série de novos atendimentos que estamos proporcionando sem repassar para nossos os conveniados. Contratamos um neurocirurgião, disponibilizamos o atendimento home care, temos uma nova dermatologista, especialização em saúde familiar, além do credenciamento para tratar gestantes de alto risco e a UTI neonatal," explica.
Gilberto comenta que os próprios sócios da empresa criada há quase 17 anos não recebem ao final do ano os lucros obtidos naquele período. Todos os recursos são aplicados na modernização da empresa, que preza o aperfeiçoamento de seus profissionais. "A Agência Nacional de Saúde possui um órgão de fiscalização que realiza auditorias nas empresas de saúde todo ano. Esta avaliação leva em conta a qualidade e eficiência do atendimento prestado. Este ano, a auditoria foi realizada em maio e obtivemos nota máxima. O reajuste é uma forma de continuar prestando um serviço de qualidade e uma maneira de aprimorar a cada dia a assistência prestada," concluiu.