Paraisenses opinam sobre mudança na Difusora

Por: Redação | Categoria: Arquivo | 15-06-2003 00:00 | 656
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A Rádio Difusora Paraisense no ar desde o ano de 1939 quando foi fundada por José Soares Amaral (Zezé), não mais existe. O prefixo ZYA4 que a tornou famosa, já havia sido substituído pelo ZYL-292 - no entanto a denominação continuava a mesma até há poucos dias. Em seu lugar está operando a Paraíso AM. Ouvidos pelo Jornal do Sudoeste, paraisenses opinam ser mais um pedaço da história da cidade e da cultura local que é esfacelada, "jogada no lixo".
O aposentado, Carlos Domingos Ricci, 77, diz que esse era um patrimônio histórico municipal. "A rádio está no ar há muitos anos, se está bom assim, para que mexer", indaga.
Não é somente Ricci que não concorda com isso. Diversas pessoas demonstraram-se bem insatisfeitas, como o lavrador Jarbas Ferreira de Pádua, 47. "Penso que pelo menos o nome deveria ser preservado, algo que está funcionando há 60 anos, não é brinquedo para que mudem assim, deveria ser mais planejado", opina.
Mesmo acreditando que nome é uma coisa sem importância, o também aposentado Nilson Vilella, 67, concorda que poderia ser preservado. "Há quantos anos a rádio está com esse nome, funcionando direito, é uma rádio boa".
Algumas pessoas entrevistadas pelo Jornal do Sudoeste, disseram que a rádio mudou de nome para "driblar" dívidas trabalhistas que possuía. "Ela foi obrigada a fechar por má administração e se continuar assim a outra também não vai para frente", fala um comerciante bastante conhecido na sociedade e que acompanhou de perto a aquisição da empresa pelo Monsenhor Mancini, mas que não quis ser identificado. "Essa era a menina dos olhos dele, mas com a sua morte, virou essa bagunça", reclama.
Outro fato que levou à venda da Difusora Paraisense, de acordo com o comerciante, é que ela estava muito atrasada em termos de tecnologia. "Ela parou no tempo, surgiram outras rádios que estão crescendo, por isso ela não foi para frente, mesmo agora com essas mudanças, eu não estou vendo solução mais".
Essa opinião não é isolada. Há concordância que era preciso renovar. "Mudança sempre é bom e nome não tem nenhuma importância, quem sabe agora ela vai para frente e conquista cada vez mais ouvintes", comenta o representante comercial Marcos Pires de Oliveira, 30.
Como ele, Rejane Arantes do Nascimento, 48, dona de casa fala que para conquistar pessoas mais jovens, precisa mudar a linha de transmissão. "Ela já estava muito velha, é bom mudar, renovar. Fica mais bonito. Para a turma que vem vindo agora é muito bom. Assim, conquista mais adeptos e volta à vida".
No entanto, numa avaliação abrangente, o sentimento é que para se modernizar na busca de maior audiência, não seria necessário a mudança no nome da emissora, pioneira na radiodifusão no interior mineiro. NB